Sintomas osteomusculares e qualidade de vida em costureiras do município de Indaial, Santa Catarina
DOI:
https://doi.org/10.1590/1809-2950/16833624022017Palavras-chave:
Costureiras, Mialgia, Qualidade de Vida, Saúde do TrabalhadorResumo
Os problemas de saúde decorrentes da relação de trabalho têm se tornado um fenômeno mundial. O objetivo deste estudo foi avaliar os sintomas osteomusculares e a qualidade de vida em profissionais do ramo da costura no município de Indaial (SC). Trata-se de um estudo de natureza transversal com abordagem quantitativa. A amostra foi constituída por 118 costureiras de 48 empresas que responderam a três questionários: um sociodemográfico, outro de sintomas osteomusculares e um de qualidade de vida. Das costureiras avaliadas, 71,1% apresentaram sintomas osteomusculares nos últimos sete dias e 88,1% nos últimos doze meses. A região corporal mais afetada de acordo com a maioria dos relatos foi a dos ombros (18,6%) e as causas de afastamento foram as dores dorsais e lombares (cada uma correspondendo a 19,1% dos casos). O domínio de qualidade de vida mais comprometido foi o estado geral de saúde (57,03±16,08), seguido pelos de vitalidade (58,89±17,65), dor (60,53±22,28), saúde mental (66,81±19,19), aspectos emocionais (67,72±38,29), aspectos físicos (73,94±32,91), aspectos sociais (75,63±23,10) e capacidade funcional (77,16±19,19). Percebe-se que quanto maior o escore de qualidade de vida, menor o número de regiões anatômicas com dor. A associação de medidas preventivas ao trabalhar, como períodos de micropausas, atenção para posturas corretas e ginástica laboral, podem influenciar a redução de dor e prevenção de doenças, como também aprimorar a qualidade de vida.Downloads
Referências
Chiang HC, Ko YC, Chen SS, Yu HS, Wu TN, Chang PY.
Prevalence of shoulder and upper-limb disorders among
workers in the fish processing industry. Scand J Work
Environ Health. 1993;19(2):126-31. [acesso em: 31 maio 2017].
Disponível em: https://goo.gl/bgRpWM.
Brasil. Ministério da Saúde. Lesões por esforços repetitivos (LER):
disfunções osteomusculares relacionadas ao trabalho (DORT).
Série A. Normas e Manuais Técnicos, n. 103. Brasília, DF; 2001.
Yassi A. Repetitive strain injuries. Lancet. 1997;349(9056):943-7.
doi: 10.1016/S0140-6736(96)07221-2
Fisioter Pesqui. 2017;24(2):163-168
Apkarian AV, Baliki MN, Geha PY. Towards a theory of
chronic pain. Prog Neurobiol. 2009;87(2):81-97. doi: 10.1016/j.
pneurobio.2008.09.018
Paula IR, Marcacine PR, Castro SS, Walsh IAP. Capacidade
para o trabalho, sintomas osteomusculares e qualidade de
vida entre agentes comunitários de saúde em Uberaba,
Minas Gerais. Saúde Soc. 2015;24(1):152-64. doi: 10.1590/
S0104-12902015000100012
The Whoqol Group. The World Health Organization Quality
of Life Assessment (WHOQOL): position paper from the
World Health Organization. Soc Sci Med. 41(10):1403-9. doi:
1016/0277-9536(95)00112-K
Atlantis E, Chow C-M, Kirby A, Singh MF. An effective
exercise-based intervention for improving mental health and
quality of life measures: a randomized controlled trial. Prev
Med. 2004;39(2):424-34. doi: 10.1016/j.ypmed.2004.02.007
Pinheiro FA, Troccoli BT, Carvalho CV. Validação do
questionário nórdico de sintomas osteomusculares como
medida de morbidade. Rev Saúde Pública. 2002;36(3):307-12.
doi: 10.1590/S0034-89102002000300008
Ciconelli RM, Ferraz MB, Santos W, Meinão I, Quaresma MR.
Tradução para a língua portuguesa e validação do questionário
genérico de avaliação de qualidade de vida SF-36 (Brasil SF36). Rev Bras Reumat. 1999;39(3):143-50. [acesso em 31 maio
. Disponível em: https://goo.gl/arUAnR.
Coury HJCG, Walsh IAP, Alem MER, Oishi J. Influence
of gender on work-related musculoskeletal disorders in
repetitive tasks. Int J Ind Ergon. 2002;29(1):33-9. doi: 10.1016/
S0169-8141(01)00047-6
Vitta A, De Conti MHS, Trize DM, Quintino NM, Palma R,
Simeão SFAP. Sintomas musculoesqueléticos em motoristas
de ônibus: prevalência e fatores associados. Fisioter Mov.
;26(4):863-71. doi: 10.1590/S0103-51502013000400015
Valença JBM, Ferraza KP, Alencara MCB de, Souza FG,
Lopes LV. Perfil de trabalhadores com doenças da coluna
vertebral atendidos em um serviço de saúde. Cad Ter Ocup.
UFSCar, São Carlos. 2016;24(2):227-33. doi: 10.4322%2F0104-
ctoAO0575
Cordovil FCS, Pimenta MCA. Percepções de trabalhadores
de facção sobre saúde e trabalho. Arq Catarin Med.
;43(1):43-8. [acesso em 31 maio 2017]. Disponível em:
Fracaro GA, Bertor WRR, Silva LI, Brandl L, Zanini GM,
Zilio M et al. Comparison of psycho-social and functional
performance variables in a group of chronic low back
pain patients. Rev Dor. 2013;14(2):119-23. doi: 10.1590/
S1806-00132013000200009
Oliveira CCES, Oliveira NML, Silva MD, Caldeira NL, Silva TF.
Estudo da dor na coluna cervical e nos membros superiores
de costureiras de uma microempresa. Rev Bras Fisioter.
;11:489. [acesso em 31 maio 2017]. Disponível em: https://
goo.gl/I3xM0e.
Trindade LL, Schuh MCC, Krein C, Ferraz L, Amestoy SC. Dor
osteomusculares em trabalhadores da indústria têxtil e sua
relação com o turno de trabalho. Rev de Enferm da UFSM.
;2(1):108-15. doi: 10.5902/217976923886
Fransson-Hall C, Byström S, Kilcom A. Self-reported physical
exposure and musculoskeletal symptoms of the forearmhand among automobile assembly-line workers. J Occup
Environ Med. 1995;37(9):1136-44. [acesso em 31 maio 2017].
Disponível em: https://goo.gl/vuzJfI.
Paizante GO. Análise dos fatores de risco da coluna lombar
em costureiras de uma fábrica de confecção de moda
íntima masculina no município de Muriaé – MG. Muriaré.
[Dissertação] – Centro Universitário de Caratinga; 2006.
Negri JR, Cerveny GCO, Montebelo MIL, Teodori RM.
Perfil sociodemográfico e ocupacional de trabalhadores
com LER/DORT: estudo epidemiológico. Rev Baiana
de Saúde Públ. 2014;38(3):555-70. doi: 10.5327/
Z0100-0233-2014380300005
Ambrosi D, Queiroz MFF. Compreendendo o trabalho
da costureira: um enfoque para a postura sentada.
Rev Bras Saúde Ocup. 2004;29(109):11-9. doi: 10.1590/
S0303-76572004000100003
Stefane T, Santos AM, Marinovic A, Hortense P. Dor lombar
crônica: intensidade de dor, incapacidade e qualidade
de vida. Acta Paul Enferm. 2013;26(1):14-20. doi: 10.1590/
S0103-21002013000100004
Alencar MCB, Ota NH. O afastamento do trabalho por
LER/DORT: repercussões na saúde mental. Rev Ter Ocup.
;22(1):60-7. doi: 10.11606/issn.2238-6149.v22i1p60-67
Praia DT, Arêas GPT, Leite HR, Arêas FZS, Freire Júnior RC.
Risco ergonômico em costureiras da indústria de confecções
de Coari – AM. Rev Pesqui Fisio. 2013;3(2):107-17. [acesso em
jun. 2017]. Disponível em: https://goo.gl/rQ68Ab.
Mendes JC, Zavareze S. Qualidade de vida: estudo nas
empresas de confecções de Santa Helena - PR. Cad Educ Fís
Esp. 2008;7(13):55-61. [acesso em 1 jun. 2017]. Disponível em:
Aquino DS, Maier RC, Freitas JL, Francisco AC. Análise da
qualidade de vida no trabalho no setor de costura em uma
indústria de confecção. Rev Prod Online. 2012;12(3);585-603.
doi: 10.14488/1676-1901.v12i3.871
Ferreira AI, Silva IS. Trabalho em turnos e dimensões sociais:
um estudo na indústria têxtil. Estud Psicol. 2013;18(3):477-85.
doi: 10.1590/S1413-294X2013000300008
Santo AFE, Paula JA, Pereira OAV. Percepção de trabalhadores
de uma indústria têxtil sobre os riscos de seu ambiente de
trabalho. Rev Enfer Integr. 2009;2(1):188-99. [acesso em 1
jun. 2017]. Disponível em: https://goo.gl/6a6pgw.
Barbosa JS, Rodrigues KF, José Albiero JFG, Hartmann C,
Silva NK, Silveira JLGC. Percepções de trabalhadores de facção
sobre saúde e trabalho. ACM Arq Catarin Med. 2014;43(1):43-8.
[acesso em 1 jun. 2017]. Disponível em: https://goo.gl/25Nx7q.
Kuijer PP, van der Beek AJ, van Dieën JH, Visser B, Frings-Dresen
MH. Effect of job rotation on need for recovery, musculoskeletal
complaints, and sick leave due to musculoskeletal complaints:
a prospective study among refuse collectors. Am J Ind Med.
;47(5):394-402. doi: 10.1002/ajim.20159
Croon EM, Sluiter JK, Frings-Dresen MH. Psychometric
properties of the Need for Revory after work scale: test-retest
reliability and sensitivity to detect change. Occup Environ
Med. 2006;63(3):202-6. doi: 10.1136/oem.2004.018275
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2017 Fisioterapia e Pesquisa
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-ShareAlike 4.0 International License.