A percepção de educadores sobre a escola promotora de saúde: um estudo de caso

Autores

  • Kátia Ferreira dos Santos Universidade de São Paulo; Faculdade de Saúde Pública
  • Cláudia Maria Bógus Universidade de São Paulo; Faculdade de Saúde Pública

DOI:

https://doi.org/10.7322/jhgd.19854

Palavras-chave:

Promoção da Saúde, Educação em Saúde, Saúde Escolar, Serviços de Saúde Escolar

Resumo

O presente trabalho teve como objetivos identificar o entendimento e a percepção que educadores de uma escola pública paulistana têm quanto às temáticas educação em saúde e promoção da saúde na escola e quanto às práticas desenvolvidas no ambiente escolar para promover saúde. Foi possível observar que as práticas educacionais são bastante heterogêneas, mas há predominância de uma concepção especialista, ou seja, o professor de Ciências é considerado o mais habilitado a desenvolver práticas de educação em saúde. Também se observou, em geral, tendência à visão assistencialista, que se baseia na preocupação com o cuidado pontual, sem, muitas vezes, considerar condições histórico-sociais da comunidade escolar. Quanto ao desenvolvimento de ações relacionadas à promoção da saúde, a maioria dos professores exclui-se do processo de planejamento e execução e atribui esse papel ao diretor e ao coordenador pedagógico. Assim, sua atuação é marcada pela realização de tarefas, definidas pelos que ocupam outras funções, caracterizando um distanciamento entre as atividades de planejamento e as de ação. Embora a maioria não participe de entidades civis, houve referência ao estabelecimento de um sistema de parceria com a comunidade e com instituições da sociedade civil como algo importante para a construção de ações sob o enfoque da promoção da saúde.

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Publicado

2007-12-01

Edição

Seção

Estudo de Caso