Percepção de educadores de abrigo: o seu trabalho e a criança institucionalizada

Autores

  • Celina Maria Colino Magalhães Universidade Federal do Pará
  • Lígia Negrão Costa Universidade Federal do Pará
  • Lília Iêda Chaves Cavalcante Universidade Federal do Pará

DOI:

https://doi.org/10.7322/jhgd.20034

Palavras-chave:

criança, abrigo

Resumo

Este artigo objetiva analisar a percepção de cuidadores de abrigo acerca do trabalho desenvolvido por eles e sobre as crianças institucionalizadas. Foram aplicados questionários a 102 educadoras do maior abrigo de Belém, entre 2004 e 2006. Os resultados mostraram que para os educadores: o atendimento da instituição é satisfatório com cuidados físicos básicos, mas não com questões afetivas e intelectuais; a criança institucionalizada não possui liberdade de fazer escolhas, não tem privacidade, nem atenção individualizada; o trabalho desses profissionais exerce pouca influência sobre o desenvolvimento cognitivo e afetivo infantil. Essas informações podem ser úteis na elaboração do projeto político pedagógico da instituição, enfatizando a unidade entre cuidar e educar.

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Publicado

2011-12-01

Edição

Seção

Pesquisa Original