Participação juvenil e promoção da saúde: estratégia de desenvolvimento humano

Autores

  • Jamile Silva Guimarães Universidade Federal da Bahia; Instituto de saúde Coletiva
  • Isabel Maria Sampaio Oliveira Lima Universidade Católica do Salvador; Faculdade de Direito; Programa de Pós-Graduação em Família

DOI:

https://doi.org/10.7322/jhgd.20038

Palavras-chave:

participação, promoção da saúde, cidadania, cuidado, juventude

Resumo

A participação juvenil tem sido investigada em vários campos do conhecimento. Embora a literatura aborde aspectos relativos às dimensões psicológica, educacional e cívica, a tendência não tem sido a de relacioná-las à perspectiva da saúde. O objetivo é analisar como práticas participativas promovem processos desenvolvimentais saudáveis. Foram consultadas as bases de dados Sage, Scielo, Lilacs e Dialnet e coletados artigos publicados no período de 1999 a 2011. A revisão da literatura articula a participação à promoção da saúde mediante a aprendizagem de competências que engendram o empowerment - preparando o jovem para conduzir sua vida. A participação pode ser entendida como uma socialização consciente e propositiva mediante a qual valores são aprendidos e práticas democráticas são assimiladas facultando a atuação na esfera pública. Enquanto domínio de autopromoção, a participação capacita o jovem à autogestão da vida a partir da constituição do projeto existencial: oportunidade para definir seu modo de ser como estratégia de autocuidado. Conclui-se que a participação conforma um mecanismo formativo que impulsiona uma reflexividade cognoscitiva, mediadora da autonomia e da autoria do jovem.

Referências

Castro JA, Aquino L. Juventude e políticas sociais no Brasil: texto para discussão n. 1335. Brasília: IPEA; 2008. Capítulo 1. A juventude como foco de políticas públicas; p. 9-22.

Pais JM. Jovens e cidadania. Sociologia, problemas e práticas 2005; 49: 53-70.

Lansdown G. Envolving capacities and participation. Victoria: International Institute for Child Right and Development; 2004. 25 p.

Carvalho SR. Os múltiplos sentidos da categoria “empowerment” no projeto de Promoção à Saúde. Cad Saúde Pública. 2004; 20(4): 1088-1095.

Buss PM. Promoção da saúde e qualidade de vida. Ciênc Saúde Coletiva. 2000; 5(1): 163-177.

Freire P. Pedagogia do oprimido. 48ªed. Rio de Janeiro: Paz e Terra; 2005.Capítulo 2. A concepção “bancária” da educação como instrumento da opressão: seus pressupostos, sua crítica; p. 65-87.

Durston J. Limitantes de ciudadanía entre la juventud latinoamericana. Rev Iberoamericana de Juventud. 1996; 1: 84-89.

Cabannes Y. Children and young people build participatory democracy in Latin American cities. Environment and Urbanization 2006; 18(1): 195-218.

Eccles JS, Gootman JA. Community programs to promote youth development. Acta Sociologica 2008; 51(4):355-370.

Syme SL. Social determinants of health: the community as an em powered partner. Prev Chronic Dis 2004;1(1): 1-5.

Mayo M. Children’s and Young people’s participation in developmentin the South and in urban regeneration in North. Progress in Development Studies 2001; 1(4): 279-293.

Castro MG, Abramovay M. Quebrando mitos: juventude, participação e políticas. Perfil, percepções e recomendações dos participantes da 1ªConferência Nacional de Políticas Públicas de Juventude. Brasília: RI-TLA; 2009.

Vommaro P. Movilización social desde el protagonismo juvenil: experiências de dos organizaciones rurales argentinas. Rev Latinoamericana de Ciencias Sociales, Niñez y Juventud 2010; 9(1): 191-213.

Krauskopf D. Dimensiones críticas enla participación social de las juventudes. In: Balarndini S, coordinador. La participación social e política delos jóvenes en el horizonte del nuevo siglo. Buenos Aires: CLASCO; 2000. p. 119-134.

Corona Caraveo Y, Linares Pontón ME, coordinadoras. Participación infantily juvenil en América Latina. Ciudad de México: UAM; 2007.

Barber BL, Stone MR. Adolescent participation in organized activities. J Adolescent Research 2003;24: 10-43.

Lewis-Charp H, Yu HC, Soukamneuth S, Lacoe J. Extending the reach of youth development through civic activism: outcomes of the youth leadership for development initiative. Oakland: Social Policy Research Associates; 2003.

Olinda EMB. Participação autônoma e solidária: caminho para a constituição do “ser mais” juvenil. In: Olinda EMB, Figueiredo JBA, organizadores. Formação humana e dialogicidade em Paulo Freire. Fortaleza: Editora UFC; 2006. p. 42-62.

Kirshner B. Youth activism as con-text for learning and development. American Behavioral Scientist2007;51(3): 367-379.

Alcalá Hernández A, García Cortés A, Alonso Pérez MJ. “Proyecto Lazarillo”: proyecto socio-educativo de participación juvenil en la comunidad como medida alternativa a la expulsión enel centro de educación secundaria dela comarca de Cuencas Mineras. Trabajo social y salud 2011; 69: 187-198.

Chávez Cerda A, Poblete Núñez L. Acción colectiva y prácticas políticas juveniles. Ultima décad 2006;14(25): 143-161.

Murray C, Hallett C. Young people’s participation in decisions affect tingtheir welfare. Childhood 2000; 7(1):11-25.

Vigotski LS. Teoria e método em psicologia. São Paulo: Martins Fontes; 1996.

Barber T. Participation, citizenship, and well-being: engaging with young people, making a difference. Young 2009; 17(1): 25-40.

Velho G. Projeto e metamorfose: antropologia das sociedades complexas. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor; 2003. Capítulo 2. Trajetória individuale campo de possibilidades; p. 31-48.

Ayres JRCM. O cuidado, os modos de ser (do) humano e as práticas de saúde. Saúde Soc. 2004; 13(3): 16-29.

Roth J, Brooks-Gunn J, Murray L, Foster W. Promoting healthy adolescents: synthesis of youth development program evaluations. J Research on Adolescence. 1998; 8:423-459.

Simovska V. Student participation in a democratic education perspective: experience from the health-promo-ting schools in Macedonia. Health Education Res. 2004; 19(2):198-207.

Bowns C. The Atelié Acaia: Implementing community solidarity and youth empowerment in São Paulo, Brazil. Children, Youth and Environments. 2007; 17(2): 11-32.

Foucault M. História da sexualidade3: o cuidado de si. 10ª ed. Rio de Janeiro: Graal; 2009.

Bozlak CT, Kelley MA. Youth participation in a community campaign topass a clean indoor air ordinance. Health Promotion Practice 2010;11(4): 530-540.

Ross L. Sustaining youth participation in a long-term tobacco control initiative: consideration of a social jus-tice perspective. Youth & Society2011; 43(2): 681-704.

Publicado

2011-12-01

Edição

Seção

Pesquisa Original