Fatores emocionais, qualidade de vida e adesão ao tratamento em adultos com diabetes tipo 2

Autores

  • Luciane Ramos Universidade Federal do Pará; Núcleo de Teoria e Pesquisa do Comportamento
  • Eleonora Arnaud Pereira Ferreira Universidade Federal do Pará; Núcleo de Teoria e Pesquisa do Comportamento

DOI:

https://doi.org/10.7322/jhgd.20039

Palavras-chave:

diabetes, estresse, ansiedade, depressão, qualidade de vida, adesão ao tratamento

Resumo

Este estudo tem como objetivo verificar a relação entre fatores emocionais (estresse, ansiedade e depressão), qualidade de vida e adesão ao tratamento em adultos com diabetes tipo 2. Participaram 30 pacientes (18 mulheres e 12 homens) entre 33 e 59 anos de idade, matriculados no programa Hiperdia de uma Unidade Básica de Saúde. Os instrumentos utilizados foram os inventários de ansiedade e de depressão de Beck, o inventário de Sintomas de Stress de Lipp (ISSL) e o Questionário geral de saúde e qualidade de vida (SF-36). A adesão ao tratamento foi medida por meio do último resultado do exame de hemoglobina glicada. Os resultados mostraram não haver correlação entre fatores emocionais e adesão ao tratamento. Contudo verificou-se correlação significativa entre tempo de diagnóstico do diabetes e adesão, sugerindo que quanto maior o tempo que o participante apresentava a doença, maior a dificuldade em manter os níveis glicêmicos estabilizados e aderir às orientações prescritas. Observou-se também correlação positiva entre baixa adesão e estrutura familiar. Os resultados sugerem que outros fatores, além dos emocionais, devem ser considerados na análise da adesão ao tratamento.

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Publicado

2011-12-01

Edição

Seção

Pesquisa Original