No fio da navalha: efeitos da masculinidade e virilidade no trabalho de agentes socioeducativos

Autores

  • Juliana Vinuto Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
  • Leandro de Oliveira Abreo Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
  • Hebe Signorini Gonçalves Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2176-8099.pcso.2017.126635

Palavras-chave:

socioeducador, masculinidade, virilidade, sofrimento, adoecimento

Resumo

O artigo tem como objetivo discutir os efeitos da noção de masculinidade e da virilidade no trabalho e na saúde de agentes socioeducativos que atuam em unidades de medida socioeducativa de internação para adolescentes em conflito com a lei. Partimos do entendimento de que a virilidade é um valor positivado na sociedade em geral, e que tem características singulares no ambiente de internação. Demonstrações de coragem e frieza são as formas pelas quais a virilidade se manifesta nas unidades de internação, com o objetivo de imposição do medo aos adolescentes e inibição do próprio medo de ser agredido, sendo que, a longo prazo, tais estratégias podem levar ao adoecimento e/ou à banalização da violência. Tal situação nos revela forte estratégia defensiva do “cinismo viril”, construída pelo coletivo de profissionais, para minimizar a experiência de sofrimento diante das situações deletérias de trabalho. Aqueles que não colaboram com as práticas viris são alvos de deboche, acarretando a segregação desses profissionais. Nesse sentido, notamos que a evidenciação da virilidade mostra-se como forma de sobrevivência para os agentes socioeducativos, sendo entendida por muitos como necessária à manutenção da ordem e da disciplina em seu local de trabalho.

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Biografia do Autor

  • Juliana Vinuto, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
    Doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IFCS-UFRJ). Membro do Núcleo de Estudos da Cidadania, Conflito e Violência Urbana (NECVU) e do Núcleo de Antropologia do Direito (NADIR-USP).
  • Leandro de Oliveira Abreo, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
    Mestrando em Psicologia pelo Programa de Pós-Graduação em Psicologia - bolsista-CAPES - da Universidade Federal do Rio de Janeiro e graduação pela mesma instituição. Professor do I e II Curso de Extensão: Psicologia e Saúde do Trabalhador, ministrado no Instituto de Psicologia da UFRJ.
  • Hebe Signorini Gonçalves, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
    Professora do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da UFRJ. Professora do Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas em Direitos Humanos do NEPP-DH/UFRJ. Membro do Núcleo Interdisciplinar de Pesquisas sobre a Infância e Adolescência Contemporâneas. Membro do Laboratório Interdisciplinar de Estudos e Intervenção em Politicas Públicas de Gênero.

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Publicado

2017-06-30

Como Citar

No fio da navalha: efeitos da masculinidade e virilidade no trabalho de agentes socioeducativos. (2017). Plural, 24(1), 54-77. https://doi.org/10.11606/issn.2176-8099.pcso.2017.126635