Uma leitura revisionista do oeste americano em Days Without End, de Sebastian Barry
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2595-8127.v26i1p47-59Palavras-chave:
Ficção irlandesa, Irlandeses nos EUA, Days Without EndResumo
Este artigo tem por objetivo discutir a representação literária de um imigrante irlandês no Velho Oeste americano no século XIX, enfatizando a dimensão transnacional, híbrida e de sobreposição de culturas naquela região, e investigando questões identitárias que são tratadas no romance, que desconstroi as perspectivas tradicionais de masculinidade, individualismo e romantização da expansão das fronteiras estadunidenses no período. Thomas McNulty, protagonista do romance Days Without End (2016), do autor contemporâneo irlandês Sebastian Barry, deixa a cidade de Sligo na Irlanda para escapar da Grande Fome que vitimou a sua família, e chega aos Estados Unidos em 1850, um período de violência expansionista e desenvolvimento do oeste americano como espaço de conquista e oportunidade para alguns, e tragédia para outros. Como centenas de milhares de irlandeses no século XIX, Thomas serviu no exército dos EUA e se envolveu na luta contra os nativos americanos e na Guerra Civil americana. Sendo ele próprio uma vítima da fome e da colonização britânica em seu país natal, o seu envolvimento nas guerras americanas torna-o também agressor, ainda que possamos estabelecer conexões entre a situação dos imigrantes irlandeses na região e os indígenas nativos.
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