Masculinidades políticas e capital simbólico: estratégias comunicacionais de candidatos homossexuais às prefeituras nas eleições de 2020
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2176-1507.v25i1p17-38Palavras-chave:
Masculinidades políticas, Comunicação, Capital PolíticoResumo
A partir do pressuposto de que a política pode ser lida como uma instituição generificada e marcada pelos imperativos das masculinidades políticas, o objetivo do presente artigo é analisar as estratégias comunicacionais utilizadas nos perfis de Facebook e Instagram dos candidatos homens das eleições de 2020 às prefeituras que se autodeclararam gays ou bissexuais, com o objetivo de verificar se e como a sexualidade foi articulada em suas campanhas em termos de articulação de capital político. A partir do aporte metodológico da Análise de Conteúdo, é possível observar que, embora os candidatos analisados atuem na luta por reconhecimento LGBTI+, tal elemento identitário não foi utilizado como forma estratégia de ganho de capital político em suas campanhas eleitorais. Isso pode ser interpretado como uma persistência das estruturas vinculadas às masculinidades políticas hegemônicas no cenário eleitoral brasileiro que ainda contém barreiras para expressões diversas das masculinidades.
Downloads
Referências
ALTMAN, Helena. Rompendo as fronteiras de gênero. Dissertação apresentada ao Curso de pós-graduação em Educação da Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte: UFMG, 1998.
AYOUB, Phillip M.; PATERNOTTE, David. A Rainbow Europe?. New York: Palgrave Macmillan, 2014.
BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, 2009.
BUTLER, Judith. Problemas de gênero: feminismos e subversão da identidade. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.
BUTLER, Judith. A Vida psíquica do poder. Belo Horizonte: Autêntica, 2019.
CASTRO, Amanda Motta; CAETANO, Márcio. “Dilma Rousseff: as eleições e a lógica androcêntrica na política brasileira”. Nanduty, v. 6, n. 8, p. 23-45, 2018.
CONNELL, Robert. “Políticas da masculinidade”. Educação & Realidade, v. 20, n. 2, p. 185-206, 1995.
JOHNSON, Niki. “Are All Male Politicians Macho? Reading Masculinity in Uruguay’s 2019 Elections”. International Political Science Association 2020. Disponível em https://www.ipsa.org/wc/paper/are-all-male-politicians-macho-reading-masculinity-uruguays-2019-elections. Acesso em 21/09/2020.
LÖFFLER, Marion. “Political masculinities and populism”. NORMA, v. 15, n. 1, p. 1-9, 2020.
MIGUEL, L. F. “Capital político e carreira eleitoral: algumas variáveis para eleição para o Congresso brasileiro”. Revista Sociologia Política, v. 1, n. 20, 2003, p. 115-134.
MIGUEL, L. F.; BIROLI, F. “Mídia e representação política feminina: hipóteses de pesquisa”. Opinião Pública, v. 15, n. 1, 2009, p. 55-81.
MUDDE, C.; KALTWASSER, C. R. Populism: A very short introduction. Oxford: Oxford University Press, 2017.
SANTOS, Gustavo Gomes. “Diversidade sexual e política eleitoral: analisando as candidaturas de travestis e transexuais no Brasil contemporâneo”. Sexualidad, Salud y Sociedad, n. 23, v. 1, p. 58-96, 2016.
STARCK, Kathleen; LUYT, Russell. “Political Masculinities, Crisis Tendencies, and Social Transition: Toward an Understanding of Change”. Men and Masculinities, v.2, n.3, p. 431-443, 2019.
SMITH, Angela. “Mediated political masculinities: the commander-in-chief vs. the new man”. Social Semiotics, v. 26, n. 1, p. 94-110, 2015.
STARCK, Kathleen; SAUER, Birgit. A man’s world? Political masculinities in literature and culture. London: Cambridge Scholar Publishers, 2014.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Eliza Bachega Casadei

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Os trabalhos publicados na Revista Alterjor têm como modelo da licença de no padrão Creative Commons, com obrigação da atribuição do(s) autor(es), proibição de derivação de qualquer material publicado e comercialização. Ao concordar com os termos, o(s) autor(es) cedem os direitos autorais à Revista Alterjor, não podendo ter licenciamento alterado ou revertido de maneira diferente do Creative Commons (by-nc-nd). Informações adicionais em: creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0