“Minha viola eu não toco sozinho”: o Samba do Quilombo dos Pintos enquanto estratégia afrorreferenciada de emancipação territorial

Autores

  • Azânia Mahin Romão Nogueira Universidade Federal da Bahia

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2238-3999.v13i1p63-77

Palavras-chave:

Samba duro, Performatividade, Cultura negra, Territórios negros, Emancipação

Resumo

Apesar da tentativa da colonização em nos paralisar, investigo a possibilidade da emancipação através do movimento, especialmente a partir do canto e da dança em comunidade. O Samba do Quilombo dos Pintos representa um território negro no Engenho Velho da Federação, em Salvador, promovendo a preservação das tradições afro-brasileiras. Mais que uma festa, o evento é uma manifestação de sociabilidade baseada em princípios afro-brasileiros, com recursos financeiros direcionados para a emancipação territorial do terreiro Nzo Onimboyá. Compartilho aqui o resultado da análise do discurso produzido por protagonistas do Samba, através das redes sociais e de documentários, além de minhas vivências nos encontros mensais do Samba desde dezembro de 2022. Destaco a necessidade constante de ação para alcançar a emancipação, superando as condições de subalternização da população negra.

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Biografia do Autor

  • Azânia Mahin Romão Nogueira, Universidade Federal da Bahia

    Graduade em Geografia pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), mestre em Geografia pela mesma instituição e atualmente doutorande em Geografia pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Membro do grupo Produção do Espaço Urbano (IGEO/UFBA) e do grupo EtniCidades (FAU/UFBA).

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Publicado

2023-06-11

Como Citar

Nogueira, A. M. R. (2023). “Minha viola eu não toco sozinho”: o Samba do Quilombo dos Pintos enquanto estratégia afrorreferenciada de emancipação territorial. Revista Aspas, 13(1), 63-77. https://doi.org/10.11606/issn.2238-3999.v13i1p63-77