A não-binariedade como princípio do programa performativo: a percepção da potência cênica do mundo pela transição de gênero

Autores

  • Oliver Olívia Lagua de Oliveira Bellas Fernandes Universidade de São Paulo. Escola de Comunicações e Artes

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2238-3999.v14i1p89-101

Palavras-chave:

Teoria cuír/queer;, Programa de ação, Não binariedade, Experiência e prática

Resumo

Em uma abordagem autoetnográfica, exploro minha transição de gênero como um ponto de virada perceptiva e epistemológica, cujas elaborações provenientes caminham em consonância com os fundamentos do que Eleonora Fabião descreve como programa performativo. Intenta-se explorar uma via de contato com essa noção que seja transcentrada, empírica e a priori do que se convenciona pelo espaço propriamente dito do fazer artístico. Além disso, é trabalhada a maneira como o paradigma, não só trans, mas especificamente não binário, é crucial para tal discussão.

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Biografia do Autor

  • Oliver Olívia Lagua de Oliveira Bellas Fernandes, Universidade de São Paulo. Escola de Comunicações e Artes

    Ator, diretor, performer e pesquisador trans não binário. Realiza pesquisa acadêmica no PPGAC-ECA-USP na qual pesquisa biodrama, programa performativo, e seu Tríptico autobiográfico, nas chaves da episteme teatral, sociocultural, de estratégias de aprendizado e criação.

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Publicado

2024-10-31

Como Citar

Fernandes, O. O. L. de O. B. (2024). A não-binariedade como princípio do programa performativo: a percepção da potência cênica do mundo pela transição de gênero. Revista Aspas, 14(1), 89-101. https://doi.org/10.11606/issn.2238-3999.v14i1p89-101