A importância da presença de tubos ou galerias fósseis, construídos por um crustáceo decápodo do gênero Callianassa, na reconstituição paleoambiental de depósitos marinhos, tem sido amplamente discutida na literatura. Em sedimentos cenozóicos marinhos do Estado de São Paulo, denominados Formação Cananéia, de provável idade pleistocênica, pela primeira vez se descreve em certo detalhe a ocorrência de tubos fósseis desses animais. Confrontando-os com as galerias de espécies viventes na mesma região verifica-se que os tubos fósseis são atribuíveis à Callianassa major e Callianassa guassutinga, tendo sido, talvez, a primeira espécie mais abundante, exatamente como acontece atualmente.