Numa área de cerca de 150 km² situada no centro-oeste do Município de São Paulo, coletaram-se 47 amostras de água provenientes de poços tubulares profundos (150-200m), considerando-se duas formas predominantes de ocupação urbana, residencial e industrial. Analisaram-se 8 elementos maiores e 13 elementos menores. Em termos de mineralização total, evidencia-se uma nítida diferença entre as águas extraídas do aqüífero sedimentar (3 a 45 mg/l) e do cristalino (80 a 500 mg/l). Os íons sódio, cálcio, magnésio e bicarbonato são os principais responsáveis pela maior mineralização do aqüífero cristalino. A baixa mineralização do aqüífero sedimentar é atribuída ao caráter lixiviado dos sedimentos da bacia de São Paulo, essencialmente constituídos de quartzo, caolinita, óxidos e hidróxidos de ferro. Por outro lado, a maior mineralização das águas do aqüífero cristalino é atribuída aos processos atuais de alteração dos minerais constituintes das rochas, em particular à hidrólise dos feldspatos. No tocante às águas provenientes da zona industrial, as concentrações particularmente elevadas de elementos maiores, bem como a presença de elementos tais como ferro, manganês, bário, cromo e chumbo, mostram que a forma de ocupação do meio também contribui à maior mineralização dessas águas.