A UNICAMP precisa falar sobre cotas: sujeitos, movimentos e disputas

Authors

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2316-9133.v31i2pe203122

Keywords:

Affirmative Actions, Quotes, University, Black Collectives, Epistemicide

Abstract

In the last decade (2012-2022), we saw the results of the first experiences of quotas in public universities, consolidated by federal law number 12,711, which instituted the reservation of places in public universities. At the same time, we are witnessing the resistance from state universities in São Paulo to quotas and the defense of policy inclusion with merit.
In this context, we discuss the history of Núcleo de Consciência Negra da Unicamp(NCN), an organization of black students, celebrating ten years of existence in 2022, the history of the Núcleo de Estudos Negros (NEN), a pioneering group of black students in the 2000s, and the Grupo de Estudos de Feminismos Negros, an initiative of the first graduate students after quotes policy, in 2016. Finally, we discuss the struggle for affirmative action at Unicamp, most notably the university strike process that culminated in the approval of racial quotas and the specific entrance examination for native peoples (Vestibular indígena).

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Author Biographies

  • Bruno Nzinga Ribeiro, Universidade Estadual de Campinas

    É bacharel em Ciências Sociais (2017) e mestre em Antropologia Social pela Universidade Estadual de Campinas (2021). Entre 2018 e 2021 desenvolveu a pesquisa "Afronta, vai, se movimenta! Uma etnografia da cena preta LGBT da cidade de São Paulo" com financiamento da FAPESP (processo n.18/02183-9). Entre 2019 e 2020 foi Visiting Scholar na New York University, onde conduziu a pesquisa "The LGBT fight is not this pink little world": on the contemporary black LGBTQ activism in São Paulo and New York" sob supervisão do PhD Dylon Lamar Robbins e apoio da FAPESP (processo n. 19/14435-5). Atualmente é doutorando no Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social e pesquisador discente no Pagu- Núcleo de Estudos de Gênero, ambos na Universidade Estadual de Campinas, e é membro do grupo de estudos "Como raça migra?", ligado ao CEBRAP. Atua no campo de estudos sobre diversidade sexual e de gênero, interseccionalidades, black queer studies, antropologia da arte, corpos em performance, movimentos sociais, migrações, mobilidades, nação e Estado. Em 2022 recebeu menção honrosa na categoria de mestrado do X Prêmio Antropologia e Direitos Humanos da Associação Brasileira de Antropologia.

  • Tayná Victória de Lima Mesquita, Universidade Estadual de Campinas

    Socióloga, pesquisadora, palestrante e educadora no campo da defesa dos direitos humanos, com enfoque para o direito à educação, a promoção da igualdade racial e de gênero. Tem como principais interesses de pesquisa: e teorias da ação coletiva, movimentos sociais negro, feminista e LGBTI+ contemporâneos, teorias críticas da educação, estudos decoloniais e produção de conhecimento, interseccionalidades, diferença e processos de subjetivação. Formou-se no Programa de Formação Interdisciplinar Superior - ProFis, da Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP (2012). Possui título de graduação em Ciências Sociais, com ênfase em Sociologia também pela UNICAMP (2018). Mestre em Educação pela mesma instituição, vinculada ao Grupo de Pesquisa sobre Educação, Instituições e Desigualdade - FOCUS, da Faculdade de Educação da UNICAMP, e sob orientação da Profª. Drª. Ana Maria Fonseca de Almeida, com pesquisa dedicada ao estudo das carreiras militantes de acadêmicos negros (2021). Recebeu em 2021 o Prêmio Luiza Bairros para papers inscritos no 45º Encontro Anual da ANPOCS, com texto resultante de sua dissertação de mestrado. Em 2022, sua pesquisa de mestrado foi novamente premiada, recebendo o Prêmio de Reconhecimento Acadêmico em Direitos Humanos do Instituto Vladmir Herzog/DeDH. Atua desde 2020 como co-idealizadora e supervisora pedagógica do Curso de Extensão Pedagogia Feminista Negra, vinculado a Universidade Estadual de Feira de Santana. É doutoranda no Programa de Pós Graduação em Ciências Sociais do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da UNICAMP, vinculada à linha de Estudos de Gênero, sob orientação da Profª. Drª. Regina Facchini, com pesquisa dedicada a experiência das "Mandatas Coletivas" no Brasil, como objeto empírico para compreensão das relações estabelecidas entre os movimentos sociais contemporâneos, em especial o campo feminista, junto ao Estado. É membro da Comissão Assessora da Política de Combate à Discriminação Baseada em Gênero e/ou Sexualidade e à Violência Sexual, vinculada à Diretoria Executiva de Direitos Humanos da UNICAMP.

  • Stephanie Pereira de Lima, InternetLAB

    Graduada em Ciências Sociais pela UFRJ (2013), onde participei de uma pesquisa sobre a relação da prostituição, gênero, corpo e direitos humanos, refletindo sobre a relação das trabalhadoras do sexo no Rio de Janeiro e os grandes eventos da Copa do Mundo (2014) e Olimpíadas (2016). Mestre em Saúde Coletiva pela UERJ (2016), com pesquisa acerca do movimento de jovens LGBTI+ no Brasil e suas articulações com o Estado e a academia. Doutora em Ciências Sociais pela UNICAMP, com reflexões acerca da centralidade da interseccionalidade na ação política do movimento social, a partir da etnografia com movimentos de jovens negros. Atuou como pesquisadora, em um levantamento quantitativo, na Pesquisa Painel da Violência LGBTI+ no Estado do Rio de Janeiro, coordenado pela ONG Arco-Íris. Atualmente trabalha como articuladora no Programa de Suporte de Defensora de Direitos Humanos da ONG Criola.

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Published

2022-12-29

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How to Cite

Ribeiro, B. N., Mesquita, T. V. de L., & Lima, S. P. de . (2022). A UNICAMP precisa falar sobre cotas: sujeitos, movimentos e disputas. Cadernos De Campo (São Paulo, 1991), 31(2), e203122. https://doi.org/10.11606/issn.2316-9133.v31i2pe203122