Cativo e caraíba: uma negociação cosmopolítica tupinambá
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2316-9133.v33i1pe214183Palavras-chave:
Ameríndios, Tupinambá, Cosmopolítica, Xamanismo, Tupi-Guarani, Hans StadenResumo
Este artigo revisita o episódio do século XVI em que os Tupinambá capturaram o alemão Hans Staden e o destinaram à morte num ritual antropofágico. Libertado após nove meses de cativeiro, Staden voltou à Europa e publicou um relato sobre sua experiência entre seus captores. Embora o testemunho de Staden, o único existente, seja construído à luz de uma história cristã da salvação, tentarei demonstrar que o relato revela que o protagonismo efetivo dos eventos foi dos Tupinambá e que as negociações entre captores e cativos tiveram uma dimensão cosmopolítica, cujos termos foram determinados pelos Tupinambá. Uma abordagem etnológica desse evento pode contribuir para compreender como os Tupi da costa se relacionaram com os brancos europeus no início da invasão europeia na América do Sul.
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