São Luiz do Paraitinga: o rio e os cenários pós-enchentes

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1980-4466.v19i37p35-61

Palavras-chave:

Paisagem, Tombamento, Enchentes urbanas

Resumo

A cidade de São Luiz do Paraitinga teve uma trajetória singular em relação ao contexto das cidades da região do Vale do Paraíba, no estado de São Paulo. Desde a fundação do povoado e do planejamento de seu traçado, no século XVIII, por Morgado de Mateus, a cidade permaneceu à margem do desenvolvimento regional. A sua menor importância no circuito de produção de café permitiu a permanência de certas tradições locais, como a cultura caipira, o modo de vida rural e as festividades religiosas que até hoje são atrativos locais. Em 2010, uma inundação sem precedentes atingiu o Centro Histórico. Edificações construídas em pau-a-pique e taipa não resistiram à presença da água e ruíram, remanescendo edificações com danos parciais e totais. A reconstrução da cidade, assim como os tombamentos efetivados nos níveis estadual e federal, representam um caso singular entre similares brasileiros, o que justificou um estudo mais aprofundado. Os tombamentos, realizados pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado (Condephaat), em 1982, e pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) , em 2010, reiteraram a importância do centro da cidade, do seu conjunto arquitetônico e da sua paisagem por ter sido um dos primeiros núcleos fundacionais planejados. Porém, os contrastes sociais, culturais e econômicos existentes entre o Centro Histórico e outros bairros levantam a discussão sobre a efetividade dos tombamentos e sua gestão como Conjunto Histórico Paisagístico. Em 2022, o ciclo se reiniciou e uma inundação causou prejuízo novamente a pelo menos 120 construções. Diante deste fato, indaga-se sobre como preservar uma paisagem que se encontra, permanentemente, em situação de risco.

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Biografia do Autor

  • Renata Rendelucci Allucci, Pontifícia Universidade Católica de Campinas, Campinas, São Paulo, Brasil

    Doutora em Urbanismo pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas, com pós-doutorado pela Universidade de Sevilha. Mestre em História pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Graduada em Desenho Industrial pela Universidade Mackenzie e Especialista em Bens Culturais: cultura, economia e gestão pela FGV/SP. Membro do grupo de pesquisa Patrimônio, Políticas de Preservação e Gestão Territorial (PUC-Campinas) e da Rede AppLab - Laboratório Americano das Paisagens Históricas da Produção.

  • Maria Cristina da Silva Schicchi, Pontifícia Universidade Católica de Campinas, Campinas, São Paulo, Brasil

    Professora titular e pesquisadora do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo e da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Doutora pela Universidade de São Paulo, pós-doutora pela Universidad de Sevilla. É líder do grupo de pesquisa Patrimônio, Políticas de Preservação e Gestão Territorial; membro fundadora da rede Laboratorio Americano de los Paisajes Históricos de la Producción (APPLab); membro associada do Comitê Brasileiro do Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (ICOMOS-BRASIL), da Association of Critical Heritage Studies e membro fundadora da Associação Ibero-Americana de História Urbana.

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Publicado

2024-10-31

Como Citar

Allucci, R. R., & Schicchi, M. C. da S. (2024). São Luiz do Paraitinga: o rio e os cenários pós-enchentes. Revista CPC, 19(37), 35-61. https://doi.org/10.11606/issn.1980-4466.v19i37p35-61