A conduta subjetiva do trabalhador em Lenin: proximidades ou divergências com a concepção de Taylor?
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1981-0490.cpst.2022.179831Palavras-chave:
Taylorismo, Revolução Russa, Lenin, Conduta subjetiva do trabalhadorResumo
Este artigo resulta de um estudo sobre a concepção de V. I. Lenin acerca da conduta subjetiva do trabalhador, buscando identificar proximidades ou divergências com a concepção presente em F. W. Taylor. Em 1918, após o processo revolucionário de caráter socialista na Rússia, Lenin defendeu a aplicação do taylorismo como método de organização do trabalho nas indústrias soviéticas, defesa que tem sido criticada politicamente e por teóricos do campo da teoria social marxista. Constatamos que Lenin identifica positividades no taylorismo no que se refere à possibilidade de uma melhor organização do trabalho, visando à sua simplificação e ao aumento da sua produtividade. Contudo, concluímos que a sua concepção no tocante à conduta subjetiva do trabalhador não é a mesma de Taylor. O taylorismo pressupõe um sujeito indolente por natureza e somente passível de adaptação. De forma distinta, em Lenin, a consciência e a conduta do trabalhador são resultado das relações sociais de produção e, muito embora contraditórias, suscetíveis de transformação. Mais do que isso, é o proletariado, a partir de um aprendizado, quem deve dirigir o processo de trabalho e a sociedade.
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