"Mornas eram as noites" and "Mulheres Sagradas": a transatlantic crossing between Dina Salústio e Aidil Araújo Lima

Authors

  • Rubens da Cunha Universidade Federal do Recôncavo da Bahia
  • Waleska Rodrigues de Matos Oliveira Martins Universidade Federal do Recôncavo da Bahia

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1984-1124.i27p72-94

Keywords:

Black women's literature, Racism, Writing-living, Resistance literature, Body

Abstract

This paper brings an analytical reading of the works Mulheres Sagradas of Brazilian Aidil Araújo Lima and Mornas eram as noites, of Cape Verdean Dina Salústio. The aim is to propose a dialogue between these two black women writers. The theoretical background starts from the notion of 'writing-living' proposed by Conceição Evaristo, in addition to theoretical propositions on the literature of black women's authorship. There are current themes in the writers' narratives: violence against women, the insistent silencing imposed by machismo and daily and structural racism. However, these narratives propose confrontation, the breaking of this marked structure of power and subservience. Whether through the recognition of ancestry or of the body as voice and writing, these writers place in the discursive game the perception of their own subjectivity. They show a body-woman marked by insurrections and questioning when they position themselves as utero-sex-politics-discourse-power. In addition, the authors dialogue with the Creole, ancestral, sacred voices and with other voices of sister women, who question the condition of women in society and relocate the writing and the body of black female authorship in the scenario of literature. 

Downloads

Download data is not yet available.

Author Biographies

  • Rubens da Cunha, Universidade Federal do Recôncavo da Bahia

    Professor AdjuntoI do Centro de Cultura, Linguagens e Tecnologias (CECULT), da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. Doutor em Literatura pela Universidade Federal de Santa Catarina -UFSC. Membro do Grupo de Pesquisa Tempo Ritual e Espaço Festivo -UFRB. Coordenador do projeto de pesquisa Mapeamento e Estudos Críticos das Literaturas do Recôncavo Sul. Poeta e Cronista.

  • Waleska Rodrigues de Matos Oliveira Martins, Universidade Federal do Recôncavo da Bahia

    Professora Adjunta I do Centro de Cultura, Linguagens e Tecnologias (CECULT), da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. Doutora em Estudos Literários na Unesp/Araraquara (2015). Integrante dos Grupos de pesquisa da UFRB: "Mesclas: Memória, Espaço e Cultura" e "Tempo Ritual e Espaço Festivo"; e do Grupo de estudos Poiéticas.

References

ADÉKÒYÀ, Olúmúyiwá Anthony. Yorùbá: tradição oral e história. São Paulo: Terceira Margem, 1999.

ALELUIA, Mateus. “Mergulho no hoje”. In: LIMA, Aidil Araújo. Mulheres sagradas. Cachoeira: Portuário Atelier, 2017.

ALVES, Miriam. “Literatura negra feminina no Brasil – pensando a existência”. Revista da ABPN (Associação brasileira de Pesquisadores (as) Negros (as)), v. 1, n. 3, nov. 2010/fev. 2011, p. 181-189.

AUGUSTO, Jorge. “Contemporaneidades periféricas: primeiras anotações para alguns estudos de caso”. In: AUGUSTO, Jorge. (org.) Contemporaneidades periféricas. Salvador: Segundo Selo, 2018.

BÂ, Amadou Hampaté. “A noção de pessoa na África Negra”. Tradução em 2010 de Luiza Silva Porto Ramos e Kelvlin Ferreira Medeiros para uso didático de: HAMPÂTÉ BÂ, Amadou. “La notion de personne en Afrique Noire”. In: DIETERLEN, Germaine (ed.). La notion de personne en Afrique Noire. Paris: CNRS, 1981, p. 181 – 192.

BAKARE-YUSUF, Bibi. Além do determinismo: A fenomenologia da existência feminina africana. Tradução de Aline Matos da Rocha e Emival Ramos para uso didático. BAKARE-YUSUF, Bibi. Beyond Determinism: The Phenomenology of African Female Existence. Feminist Africa, Issue 2, 2003. Disponível em: <http://filosofia-africana.weebly.com/uploads/1/3/2/1/13213792/bibi_bakare-yusuf_al%C3%A9m_do_determinismo._a_fenomenologia_da_exist%C3%AAncia_feminina_africana.pdf>. Acesso em 20 maio 2020.

BÍBLIA SAGRADA. Edição pastoral. São Paulo: Sociedade Bíblica Católicas Internacional e Paulus, 1990.

DIAS, Henrique. O arco e a arkhé. Ensaios sobre literatura e cultura. Salvador: Ogum’s Toques Negros, 2016.

ESCRITORAS NEGRAS DA BAHIA. Aidil Araújo Lima. Disponível em <https://escritorasnegras.com.br/escritora/aidil-araujo-lima/>. Acesso em 08 maio 2020.

EVARISTO, Conceição. Literatura negra: uma poética de nossa afro-brasilidade. Scripta, Belo Horizonte, v. 13, n. 25, p. 17-31, 2º sem. 2009. Disponível em <http://periodicos.pucminas.br/index.php/scripta/article/view/4365>. Acesso em 10 maio 2020.

EVARISTO, Conceição. Minha escrita é contaminada pela condição de mulher negra. Nexo jornal. Entrevista concedida a Juliana Domingos de Lima. 26 de maio de 2017. Disponível em <https://www.nexojornal.com.br/entrevista/2017/05/26/Concei%C3%A7%C3%A3o-Evaristo-%E2%80%98minha-escrita-%C3%A9-contaminada-pela-condi%C3%A7%C3%A3o-de-mulher-negra%E2%80%99>. Acesso em 10 Maio 2020.

FENSKE, Elfi Kürten. Dina Salústio - poeta e prosadora cabo-verdiana. Templo cultural delfos. Ano X – 2020. Disponível em < http://www.elfikurten.com.br/2016/10/dina-salustio.html>. Acesso em 29 abr. 2020.

GARRAMUÑO, Florência. Frutos estranhos: sobre a inespecificidade na estética contemporânea. Rio de Janeiro: Rocco, 2018.

GOMES, Simone Caputo. Literopintar Cabo Verde: a criação de autoria feminina. Revista Crioula, n. 3, maio de 2008. Disponível em: <https://www.revistas.usp.br/crioula/article/view/53909>. Acesso em: 18 jun. 2020.

GORDON, Lewis Ricardo. Prefácio. In: FANON, Frantz. Pele negra, máscaras brancas. Salvador, EDUFBA, 2008.

KILOMBA, Grada. Memórias da plantação – episódios de racismo cotidiano. Rio de Janeiro: Cobogó, 2019.

KUNDERA, Milan. A insustentável leveza do ser. São Paulo: Círculo do livro, 1984.

LIMA, Aidil Araújo. Mulheres sagradas. Cachoeira: Portuário Atelier, 2017.

LIMA, Aidil Araújo. Como escreve Aidil Araújo Lima. Como eu escrevo. Entrevista concedida a José Nunes. Disponível em < https://comoeuescrevo.com/aidil-araujo-lima/>. Acesso em 12 maio 2020.

RIBEIRO, Djamila. Prefácio. In: MORRISON, Toni. O olho mais azul. Tradução Manoel Paulo Ferreira. São Paulo: Companhia das Letras/TAG Curadoria, 2019.

SALÚSTIO, Dina. Mornas eram as noites. 3 ed. Praia-Cabo Verde: Instituto Biblioteca Nacional, 2002.

SALÚSTIO, Dina. Uso o feminismo na escrita como um instrumento de denúncia. Plataforma.

Entrevista concedida a Catarina Brites Soares, em 09 de março de 2018. Disponível em < https://plataformamedia.com/2018/03/09/uso-o-feminismo-na-escrita-como-um-instrumento-de-denuncia/>. Acesso em 25 abr. 2020.

SANTANA, Rita. O oráculo de Aidil. In: LIMA, Aidil Araújo. Mulheres sagradas. Cachoeira: Portuário Atelier, 2017.

SILVA, Ana Rita Santiago da. Literatura de autoria feminina negra: (des)silenciamentos e ressignificações. Fólio – Revista de Letras, Vitória da Conquista, v. 2, n. 1, jan./jun. 2010, p. 20-37. Disponível em: <http://periodicos2.uesb.br/index.php/folio/article/view/3622/2995 >. Acesso em 14 jun. 2020.

SOLNIT, Rebecca. A mãe de todas as perguntas: reflexões sobre os novos feminismos Tradução de Denise Bottmann. 1. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2017.

SOIHET, Rachel. “História, mulheres, gênero: contribuições para um debate”. In: AGUIAR, Neuma. Gênero e Ciências Humanas: desafio às ciências desde a perspectiva das mulheres. Rio de Janeiro: Record/ Rosa dos Tempos, 1997. p. 95-114.

SOUZA, Florentina. “Mulheres negras escritoras”. In: AUGUSTO, Jorge. (org.) Contemporaneidades periféricas. Salvador: Segundo Selo, 2018.

ZOLIN, Lúcia Osana. A literatura de autoria feminina brasileira no contexto da pós-modernidade. Ipotesi, Juiz de Fora, v. 13, n. 2, jul./dez. 2009, p. 105 - 116. Disponível em: <https://www.ufjf.br/revistaipotesi/files/2009/10/a-literatura-de-autoria-feminina.pdf>. Acesso em 20 de jun. 2020.

Published

2020-11-11

How to Cite

Cunha, R. da, & Martins, W. R. de M. O. (2020). "Mornas eram as noites" and "Mulheres Sagradas": a transatlantic crossing between Dina Salústio e Aidil Araújo Lima. Revista Criação & Crítica, 27, 72-94. https://doi.org/10.11606/issn.1984-1124.i27p72-94