Poesia e história: considerações sobre Fernando Pessoa e Manuel Alegre
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2175-3180.v10i20p44-57Palavras-chave:
Poesia Portuguesa, Fernando Pessoa, Manuel Alegre, HistóriaResumo
Este artigo propõe algumas reflexões sobre as intrincadas relações entre poesia e história. Para tanto, realiza uma leitura crítica do poema “Os jogadores de xadrez”, de Fernando Pessoa – mais precisamente de seu heterônimo Ricardo Reis –, e do poema “Lição do arquitecto Manuel da Maia”, de Manuel Alegre. Os dois textos colocam em questão a função e os limites da poesia diante das catástrofes históricas: o primeiro por meio da referência a uma guerra genérica e o segundo através da destruição deixada pelo terremoto que assolou a cidade de Lisboa em 1755. O objetivo é aproximar a postura de alheamento, à primeira vista hostil ao plano da História, presente no poema de Pessoa, da tarefa benjaminiana que assume o poema de Alegre, centrado na recuperação ativa das ruínas do passado como forma de reinvenção do presente.
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