Como narrar o banal? – Jacques le fataliste sem destino e sem juízo final
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2318-8863.discurso.2015.102544Palavras-chave:
Diderot, Romance moderno, Mimese, Literatura do século XVIIIResumo
Procuramos mostrar que conceitos enunciados pelo Diderot dos escritos teórico-críticos, como o Paradoxe sur le comédien ou a Entretien entre d’Alembert et Diderot, ajudam a esclarecer a complexa figuração do romance Jacques le fataliste et son maître. Essa última constituiria uma espécie de tratado sobre a própria mimese e a possibilidade de narrar em momento de mutação cultural ampla.
Trata-se de perceber como o novo foco na consciência individual como base do romance, e a estrutura do “pergaminho já escrito nos céus” integra uma nova forma narrativa em que a onisciência e a impotência individual interagem paradoxalmente. Essa estrutura complexa aponta para um vazio da mimese, em que o narrar não tem mais as balizas nem do destino mitológico, nem da seta teleológica do juízo final, restando a ele tratar do aqui-e-agora banal e arriscado do agir.
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