Nietzsche, Darwin e a questão do progresso evolutivo

Autores

  • Emmanuel Salanskis Universidade de Estrasburgo

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2318-8863.discurso.2018.150910

Palavras-chave:

Nietzsche, Darwin, Darwinismo, Evolução, Progresso, Complexidade, ivisão fisiológica do trabalho, Valor

Resumo

O presente artigo visa a esclarecer uma dificuldade metodológica que o intérprete da relação Nietzsche-Darwin tem que enfrentar para não cometer um anacronismo neodarwinista. Nietzsche provavelmente nunca leu as obras principais de Darwin, A origem das espécies e A descendência do homem: por isso, os comentadores se interessam pelas fontes secundárias que fundamentaram a avaliação nietzschiana do darwinismo. Em princípio, essa investigação permite comparar o que Nietzsche entendeu por “darwinismo” com a verdadeira teoria de Darwin, a fim de evidenciar possíveis equívocos. Mas em razão da emergência de uma teoria sintética da evolução no século xx, tendemos hoje a assimilar o “verdadeiro Darwin” ao autor da primeira edição de A origem das espécies, publicada em 1859. Ora, tal assimilação é discutível absolutamente falando e não podia ser a perspectiva de um leitor normal durante a década de 1880. Pelo contrário, se considerarmos edições ulteriores da obra de Darwin, o que aparecia como um contrassenso de Nietzsche pode revelar-se uma crítica legítima. Essa é a tese que gostaria de defender sobre a questão do progresso evolutivo, alvo crucial do discurso antidarwinista de Nietzsche.

Palavras-chave
Nietzsche; Darwin; Darwinismo; Evolução; Progresso; Complexidade; Divisão fisiológica do trabalho; Valor.

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Publicado

2018-10-08

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Salanskis, E. (2018). Nietzsche, Darwin e a questão do progresso evolutivo. Discurso, 48(2), 95-107. https://doi.org/10.11606/issn.2318-8863.discurso.2018.150910