O legado modernista: recepção e desdobramentos nas décadas de 1960 e 1970
DOI:
https://doi.org/10.1590/s0103-4014.2022.36105.010Palavras-chave:
Modernismo brasileiro, Cinema Novo, Cinema Marginal, Poesia marginalResumo
Ao longo dos últimos 100 anos, o ideário modernista foi objeto de numerosas releituras, atualizações e revisões críticas. A partir de meados do século XX, artistas de diversos campos – literatura, teatro, cinema, artes visuais e canção popular, entre outros – tomaram as vanguardas da década de 1920 como matrizes de invenção e pensamento, que buscaram atualizar e radicalizar. Na fase mais dura do regime militar, movimentos então rotulados como “marginais” procuraram no modernismo as fontes de uma arte de cunho experimental, irônico e subversivo. Este artigo propõe uma reflexão sobre esses “modernismos tardios”, sem desconsiderar os estudos críticos, um tanto avessos à tradição modernista, produzidos pela Universidade no mesmo período – que, segundo fontes diversas, marca simultaneamente o ápice e o encerramento da influência do Modernismo na cultura brasileira.
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