Tomando a palavra: Helena Nogueira e o falar como conquista política e psicológica
DOI:
https://doi.org/10.1590/s0103-4014.2024.38110.015Palavras-chave:
Relações de gênero raça e classe, Enraizamento, Memória, Movimentos sociais feministas, Humilhação socialResumo
A desigualdade de gênero (imbricada às desigualdades de classe e raça) configura-se como um problema social e histórico de graves consequências objetivas e subjetivas. Produz sofrimentos coletivamente compartilhados pelos grupos oprimidos. Este texto é uma reflexão sobre sofrimento e resistência, a partir das memórias e histórias de vida de mulheres que participam de movimentos sociais feministas. Buscamos apreender os sentidos e as transformações psicológicas que acompanham essa participação política, especialmente no contexto de um movimento social feminista, antirracista e anticapitalista: a Marcha Mundial das Mulheres. Partindo da trajetória biográfica de uma depoente, refletimos sobre aspectos psicossociais do silêncio e da fala como ligados a processos históricos de dominação e exploração, de resistência e enfrentamentos.
Downloads
Referências
AGUIAR, M. F. (Des)Águas e afluentes. São Paulo: Feminas, 2021.
AFONSO, M. L. Segura sua mão na minha, para que façamos juntas o que eu não posso fazer sozinha: memórias de mulheres que participam de movimento social feminista. São Paulo, 2019. Tese (Doutorado em Psicologia Social) – Instituto de Psicologia, Universidade de São Paulo.
ARENDT, H. A condição humana. Rio de Janeiro: Forense Universitária. 2020.
BEAUVOIR, S. O segundo sexo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 2016.
BOCK, A. M. B. Psicologia e sua ideologia: 40 anos de compromisso com as elites. In: (Org.) Psicologia e o compromisso social. São Paulo: Cortez, 2009. p.15-28.
BOSI, E. Tempo vivo da memória. Ensaios de Psicologia Social. São Paulo Ateliê Editorial, 2004.
BOSI, E. Cultura de massa e cultura popular. Leituras de operárias. Petrópolis: Editora Vozes, 2009.
BOSI, E. Memória e sociedade: lembranças de velhos. São Paulo: Cia. da Letras, 2012.
CLASTRES, P. O dever da palavra. In: A sociedade contra o Estado. São Paulo: Ubu, 2020.
DAS, V. O ato de testemunhar: violência, gênero e subjetividade. Cad. Pagu, n.37, p.9-41, 2011.
DAVIS, A. Mulheres, raça e classe. São Paulo: Boitempo, 2016.
EVARISTO, C. Poemas da recordação e outros movimentos. Rio de Janeiro: Malê, 2008.
FEDERICI, S. Mulheres e caça às bruxas. São Paulo: Boitempo, 2019.
GOLDMANN, L. A criação cultural na sociedade moderna. São Paulo: Editorial Presença, 1972.
GONÇALVES FILHO, J. M. Humilhação Social – Um problema político em Psicologia. Revista Psicologia USP, v. 9, n. 2, 1998, p. 11-67.
GONÇALVES FILHO, J. M. A invisibilidade pública (prefácio). In: COSTA, F. B. da. Homens invisíveis – relatos de uma humilhação social. São Paulo: Globo, 2004.
GONÇALVES FILHO, J. M. A dominação racista: o passado presente. In: O racismo e o negro no Brasil: questões para a psicanálise [s.l.: s.n.], 2017.
HIRATA, H. Gênero, classe e raça: interseccionalidade e consubstancialidade das relações sociais. Tempo Social, v.26, n.1, p.61-74, 2014.
HOOKS, B. Erguer a voz: pensar como feminista, pensar como negra. São Paulo: Elefante, 2019.
IASI, M. Ensaios sobre consciência e emancipação. São Paulo: Expressão Popular, 2011.
LANE, S. T. M. A psicologia social e uma nova concepção de homem para a psicologia. In: LANE, S. T. M.; CODO, W. (Org.) Psicologia social – o homem em movimento. São Paulo: Brasiliense, 2004a. p.10-19.
LANE, S. T. M. Consciência/alienação: a ideologia em nível individual. In: LANE, S. T. M.; CODO, W. (Org.) Psicologia social – o homem em movimento. São Paulo: Editora brasiliense, 2004b. p.40-7.
PUIGVERT, L. et al. Breaking the Silence within Critical Pedagogy. Multidisciplinary Journal of Educational Research, v.11, n.3, p.203-17, 2021.
SAFFIOTI, H. I. B. A mulher na sociedade de classes. São Paulo: Expressão Popular, 2013.
SAFFIOTI, H. I. B. Gênero, patriarcado e violência. São Paulo: Expressão Popular, 2015.
SATO, L.; HESPANHOL, M.; OLIVEIRA, F. Psicologia social do trabalho e cotidiano: a vivência de trabalhadores em diferentes contextos micropolíticos. Psicol. Am. Lat., n.15, 2008.
WEIL, S. A condição operária e outros estudos sobre a opressão. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
WINNICOTT, D. W. O brincar & a realidade. Rio de Janeiro: Imago, 1975.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Mariana Luciano Afonso

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Estudos Avançados não celebra contrato de cessão de direitos autorais com seus colaboradores, razão pela qual não detém os direitos autorais dos artigos publicados. Os interessados em reproduzir artigos publicados na revista devem necessariamente obter o consentimento do autor e atribuir devidamente os créditos ao periódico.