Inserção produtiva feminina e migração no Brasil pós-2000
DOI:
https://doi.org/10.11606/1413-8050/ea185227Palavras-chave:
migração feminina, segmentação laboral, retornos salariais, vulnerabilidadeResumo
O artigo analisa a participação das mulheres nos fluxos migratórios brasileiros para compreender se a efetivação do deslocamento é capaz de minimizar os efeitos adversos da segmentação por sexo e cor existente no mercado de trabalho. A base de dados utilizada é a PNAD/IBGE (2002/2015). Os resultados para as equações de determinação salarial, com controle de seleção amostral, demonstram que fatores como sexo, cor, condição de migração, chefia domiciliar, escolaridade e formalização influenciam os retornos salariais. Observa-se que a segmentação por sexo e cor está associada a retornos salariais negativos para mulheres pretas e pardas migrantes.
Downloads
Referências
ANTUNES, R. Economia de aglomeração e prêmio salarial urbano: podemos ir adiante? 2018. Disponível em: https://downloads.fipe.org.br/publicacoes/bif/bif454-28-32.pdf.
BOYD, M.; GRIECO, E. Women and migration: incorporating gender into international migration theory. 2003. Disponível em: https://www.migrationpolicy.org/article/women- and- migration- incorporating- gender- international-migration-theory.
CRENSHAW, K. Documento para encontro de especialistas em aspectos da discriminação racial relativos ao gênero. Estudos Feministas, v. 10, n. 1, p. 171–188, 2002.
DONATO, K. et al. A glass half full? Gender in migration studies. International migration review, v. 40, n. 1, p. 03–26, 2006.
DUTRA, D. Mulheres, migrantes, trabalhadoras: a segregação no mercado de trabalho. Revista Interdisciplinar da Mobilidade Humana, v. 21, n. 40, p. 177–193, 2013.
FARIA, G.; FERREIRA, M.; PAULA, A. Desinvizibilizando as mulheres em contexto migratório interno: interfaces entre migração, trabalho e gênero. In: SILVESTRE, L. (ed.). Investigação científica nas ciências sociais aplicadas. Ponta Grossa, PR: Atena Editora, 2019. v. 2. p. 105–120.
FONTES, L.; JACINTO, P.; FRANÇA, M. Programas de transferência de renda e migração interna: evidências do Programa Bolsa Família. Análise Econômica, v. 37, n. 72, p. 39–78, 2019.
FRANÇA, T. Entre reflexões e práticas: feminismos e militância nos estudos migratórios. e-Cadernos CES, v. 18, n. 1, 2012.
HAMILTON, E. Gendered disparities in Mexico-U.S. migration by class, ethnicity, and geography. Demographic Research, v. 32, n. 1, p. 531–542, 2015.
HECKMAN, J. Sample selection bias as specification error. Econometrica, v. 47, n. 1, p. 153–161, 1979.
HONDAGNEU-SOTELO, P. Estudios de género y migración: una revision desde la perspectiva del siglo XXI. Migraciones Internacionales, v. 6, n. 1, p. 219–234, 2011.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA—IBGE. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2002 a 2015 – documentação dos microdados da amostra. 2021. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/educacao/9127-pesquisa- nacional-por- amostra- de- domicilios.html?=&t=microdados.
INTERNATIONAL LABOUR ORGANIZATION — ILO. Care work and care jobs for the future of decent work. 2018. Disponível em: https://www.ilo.org/global/publications/books/WCMS_633135.
KING-DEJARDIN, A. The social construction of migrant care: at the intersection of care, migration and gender. 2019. Disponível em: https://www.ilo.org/global/topics/labour-migration/publications/WCMS_674622/lang--en/index.htm.
LIMA, A. C. C.; SIMÕES, R.; HERMETO, A. Desenvolvimento regional, hierarquia urbana e condição de migração individual no Brasil entre 1980 e 2010. EURE, v. 4, n. 127, p. 55–85, 2016.
LISBOA, T. Fluxos migratórios de mulheres para o trabalho reprodutivo: a globalização da assistência. Estudos Feministas, v. 15, n. 3, p. 805–821, 2007.
MANTOVANI, G.; SOUZA, S.; GOMES, M. Ocupação e gênero: uma análise dos efeitos da segmentação ocupacional e da discriminação de gênero para o Brasil. Estudios Económicos, v. 37, n. 74, p. 71–104, 2020.
MINCER, J. Schooling, experience, and earnings. 1. ed. Cambridge, MA: National Bureau of Economic Research, 1974.
MOROKVAŠIĆ, M. Birds of passage are also women. International Migration Review, v. 18, n. 4, p. 886–907, 1984.
MOROKVAŠIĆ, M. Gendering migration. Migration and Ethic Themes, v. 30, n. 3, p. 355–378, 2015.
PARELLA RUBIO, S. Segregación laboral y vulnerabilidad social de la mujer inmigrante a partir de la interacción entre clase social, género y etnia. In: FLAQUER, L.; SOLÉ, C. (ed.). El uso de las políticas sociales por las mujeres inmigrantes. Ministerio de Trabajo y Asuntos Sociales: Madrid, Instituto de la Mujer, 2005. p. 97–136.
PASSOS, L.; WALTENBERG, F. Bolsa Família e assimetrias de gênero: reforço ou mitigação? Revista Brasileira de Estudos de População, v. 33, n. 3, p. 517–539, 2016.
PERES, R.; BAENINGER, R. Migração feminina: um debate teórico e metodológico no âmbito dos estudos de gênero. In: ENCONTRO NACIONAL DE ESTUDOS POPULACIONAIS, 18., 2012. Anais. Águas de Lindóia: ABEP, 2012. Disponível em: http://www.abep.org.br/publicacoes/index.php/anais/article/view/1982/1940.
PESSAR, P.; MAHLER, S. Transnational migration: bringing gender in. International Migration Review, v. 37, n. 3, p. 812–846, 2003.
PISCITELLI, A. Interseccionalidades, categorias de articulação e experiências de migrantes brasileiras. Sociedade e Cultura, v. 11, n. 2, p. 263–274, 2008.
RAVENSTEIN, E. The Laws of Migration. Journal of the Statistical Society of London, v. 48, n. 2, p. 167–235, 1885.
REIS, M.; MACHADO, D. Uma análise dos rendimentos do trabalho entre indivíduos com ensino superior no Brasil. Economia Aplicada, v. 20, n. 4, p. 415–439, 2016.
RODRIGUES, T. Cuidado e trabalho doméstico: o contexto das imigrantes latino-americanas na Espanha. In: WOMEN’S WORLDS CONGRESS, 13. Anais eletrônicos. Florianópolis: [s. n.], 2017. Disponível em: http://www.en.wwc2017.eventos.dype.com.br/resources/anais/1499487526_ARQUIVO_CUIDADOETRABALHODOMESTICO.pdf.
SASSEN, S. Women’s burden: counter-geographies of globalization and the feminization of survival. Nordic Journal of International Law, v. 71, n. 2, p. 255–274, 2002.
STARK, O.; BLOOM, D. The New Economics of Labor Migration. American Economic Review, v. 75, n. 2, p. 173–178, 1985.
STARK, O.; TAYLOR, L. Migration incentives, migration types: the role of relative deprivation. Economic Journal, v. 101, n. 408, p. 1163–1178, 1991.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Economia Aplicada

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.