A misoginia na imagem política: violência e poder em retratos de Dilma Rousseff

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1980-4016.esse.2024.223247

Palavras-chave:

Dilma Rousseff, Política Brasileira, Ditadura militar, Gênero, Mídia

Resumo

Dilma Rousseff, figura política única no Brasil, quebrou barreiras de gênero e desempenhou um papel crucial na resistência à ditadura militar nos anos 1960. Após ser presa e torturada, participou ativamente da reconstrução da esquerda durante a transição para a democracia. Contudo, seu papel desafiador desencadeou uma reação inédita na mídia: discursos misóginos tornaram-se frequentes. Este trabalho explora como tais discursos permeiam os retratos midiáticos de Dilma, analisando estratégias de enquadramento, projeção enunciativa e construção da identidade. Ao considerar o retrato como a "conversão de uma presença fenomenológica em outra, imaginada" (Beyaert-Geslin, p. 28, 2017) e o gênero como estratégia de afirmação (inter)subjetiva (Dondero, 2014), investigamos como as operações discursivas misóginas se manifestam na representação midiática de Dilma, revelando complexidades na interseção entre gênero, política e mídia.

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Biografia do Autor

  • Matheus Nogueira Schwartzmann, Universidade Estadual Paulista. Faculdade de Ciências e Letras

    Professor do Departamento de Estudos Linguísticos e Literários da Faculdade de Ciências e Letras da Unesp, câmpus de Assis, Assis, SP, Brasil. Coordenador do Programa de Pós-graduação em Linguística e Língua Portuguesa da Faculdade de Ciências e Letras da Unesp, câmpus de Araraquara, Araraquara, SP, Brasil.

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Publicado

2024-04-29

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Schwartzmann, M. N. (2024). A misoginia na imagem política: violência e poder em retratos de Dilma Rousseff. Estudos Semióticos, 20(1), 24-59. https://doi.org/10.11606/issn.1980-4016.esse.2024.223247