Um olhar psicanalítico acerca do autismo
revisão bibliográfica
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1981-1624.v25i2p322-338Palavras-chave:
Autismo, Psicanálise, Revisão de literaturaResumo
O presente artigo é uma pesquisa de revisão de literatura, com o objetivo de identificar algumas das principais hipóteses explicativas sobre o autismo na psicanálise e as suas contribuições no que diz respeito ao seu tratamento. A busca foi realizada nas bibliotecas virtuais Pepsic e Scielo, sendo incluídos artigos escritos em língua portuguesa, publicados no período de 2012 a 2017. Vinte e três artigos foram selecionados e analisados, buscando-se identificar as hipóteses psicanalíticas sobre o autismo, propostas de tratamento, objetivos, métodos, principais resultados e conclusões. Constatamos que os autores mais citados foram Jacques Lacan, seguido por Jean-Claude Maleval, Marie Christine Laznik, Alfredo Jerusalinsky e Maria Cristina Kupfer, todos autores mais ou menos identificados ao referencial lacaniano. No que diz respeito às hipóteses explicativas, encontramos hipóteses sobre a existência de alguma falha ou de algo que não se completa na constituição psíquica do autista. Sobre o diagnóstico do autismo, destacamos os riscos dos diagnósticos precoces e normativos, considerando que a constituição psíquica da criança ainda está em formação. E, finalmente, sobre a possibilidade de tratamento, os artigos indicam a necessidade de respeitar a singularidade da pessoa autista e sua forma de estar no mundo, buscando uma aproximação delicada e não invasiva.
Downloads
Referências
American Psychiatric Association. (2014). DSM-5: Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais(A.V. Cordioli, C.T.B. da Silva, I.C. Passos, C. Kieling, M.T. Barcellos, trad.). Porto Alegre, RS: Artmed.
Araújo, A. R. A., Furtado, L. A. R. &Santos, S. F. P. (2017). A noção de duplo e sua importância na discussão do autismo. Ágora: Estudos em Teoria Psicanalítica, 20(2), 357-370. doi: https://doi.org/10.1590/1809-44142017002005.
Ávila, L. A. (2000). Psicanálise, educação e autismo: encontro de três impossíveis. Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental, 3(1), 11-20. doi: https://doi.org/10.1590/1415-47142000001002.
Azevedo, P. M. M. & Nicolau, R. F. (2017). Autismo: um modo de apresentação do sujeito na estrutura de linguagem. Estilos da Clínica: Revista sobre a infância com problemas, 22(1), 12-28. doi: http://dx.doi.org/10.11606/issn.1981-1624.v22i1p12-28.
Bentata, H. (2014). O autismo hoje em dia: quais os pontos de apoio institucionais no tratamento das crianças autistas?. Estudos de Psicanálise, 41, 87-92.
Bercherie, P. (2011). A clínica psiquiátrica da criança: estudo histórico. In O. Cirino,Psicanálise e psiquiatria com crianças: tria com crianças desenvolvimento ou estrutura (pp 127-144). Belo Horizonte, MG: Autêntica.
Bialer, M. (2014a). Algumas estratégias de (auto) tratamento do autista. Estilos da Clínica: Revista sobre a infância com problemas, 19(1), 150-162. doi: https://doi.org/10.11606/issn.1981-1624.v19i1p150-162.
Bialer, M. (2014b). Espelhos no autismo: alicerces para a criação de um estofo imaginário. Estilos da Clínica: Revista sobre a infância com problemas, 19(2), 294-308. doi: https://doi.org/10.11606/issn.1981-1624.v19i2p294-308.
Bialer, M. (2014c). Literatura de autistas. Estilos da Clínica, 19(3), 451-464. doi: https://doi.org/10.11606/issn.1981-1624.v19i3p451-464.
Bialer, M. (2014d). A lógica do autismo: uma análise através da autobiografia de um autista. Psicologia em estudo, 19(4),645-655. doi: http://dx.doi.org/10.1590/1413-73722374307.
Bialer, M. (2014e). Do isolamento autístico à extensão dos pseudópodes em direção aos outros no autismo. Reverso, 36(68), 55-61.
Bialer, M. (2015a). O apoio no duplo autístico na construção do imaginário no autismo. Estilos da Clínica: Revista sobre a infância com problemas, 20(1), 92-105. doi: https://doi.org/10.11606/issn.1981-1624.v20i1p92-105.
Bialer, M. (2015b). A escrita terapêutica no autismo. Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental, 18(2), 221-233. doi: http://dx.doi.org/10.1590/1415-4714.2015v18n2p221.3.
Bialer, M. (2016). A escrita terapêutica do autista-escritor Tito Mukhopadhyay. Estilos da Clínica: Revista sobre a infância com problemas, 21(2), 390-411. doi: https://doi.org/10.11606/issn.1981-1624.v21i2p390-411.
Bosa, C. A. & Callias, M. (2000). Autismo: breve revisão de diferentes abordagens. Psicologia: reflexão e crítica, 13 (1), 167-177. doi: http://dx.doi.org/10.1590/S0102-79722000000100017.
Dias, L. A. C. A. (2016). Que boca grande você tem! Articulações sobre os distúrbios da oralidade no autismo. Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental, 19 (3),555-568. doi: http://dx.doi.org/10.1590/1415-4714.2016v19n3p555.13.
Falek, J. (2013). Para concluir um projeto de pesquisa. Estilos da Clínica: Revista sobre a infância com problemas, 18(3), 591-612. doi: https://doi.org/10.11606/issn.1981-1624.v18i3p591-612.
Klin, A. (2006). Autismo e síndrome de Asperger: uma visão geral. Revista Brasileira Psiquiatria, 28, 3-11. doi: http://dx.doi.org/10.1590/S1516-44462006000500002.
Kupfer, M.C. & Voltolini, R. (2017). Tratar e educar o autismo: cenário político atual- entrevista com Pierre Delion. Educação e Pesquisa, 43(3), 917-930. doi: https://doi.org/10.1590/s1517-97022017430300201.
Kupfer, M.C. (2010). O sujeito na Psicanálise e na Educação: bases para a educação terapêutica. Educação & Realidade, 35 (1), 265-281.
Lajonquière, L. (2017). Elucidação comparativa dos estudos em psicanálise e educação na França e no Brasil: a psicanálise aplica-se à educação? Educar em revista, 64, 19-33. doi: https://doi.org/10.1590/0104-4060.49813.
Laznik, M. C. (2004). A voz da sereia: o autismo e os impasses na constituição do sujeito. (Cláudia Fernandes Rohenkolet al., trad.). Salvador, BA: Ágalma.
Lucero, A. &Vorcaro, A. (2015). Os objetos e o tratamento da criança autista. Fractal: Revista de Psicologia, 27(3), 310-317. doi: http://dx.doi.org/10.1590/1984-0292/931.
Machado, L. V. (2016). Rua da Fronteira, nº 14: fragmentos da singularidade de uma experiência. Estilos da Clínica: Revista sobre a infância com problemas, 21(1), 218-234. doi: https://doi.org/10.11606/issn.1981-1624.v21i1p218-234.
Maleval, J. C. (2017). O autista e a sua voz. (Paulo Sérgio de Souza Jr., trad.). São Paulo, SP: Blucher.
Marfinati, A. C. & Abrão, J. L. F. (2014). Um percurso pela psiquiatria infantil: dos antecedentes históricos à origem do conceito de autismo. Estilos da Clínica: Revista sobre a infância com problemas, 19(2), 244-262. doi: https://doi.org/10.11606/issn.1981-1624.v19i2p244-262.
Menéndez, R. (2012). Autismo: uma questão de ciência ou de ideologia?. Estudos de Psicanálise, 38, 115-124.
Moraes, L. T. T. & Lerner, R. (2016). Contribuições da noção de pulsão invocante à clínica do autismo e da psicose. Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental, 19(4),720-736. doi: https://doi.org/10.1590/1415-4714.2016v19n4p720.10.
Silva, M. C. P. D.(2014). Três analistas e um paciente: diálogos analíticos sobre uma criança com autismo. Jornal de Psicanálise, 47(87), 143-161.
Stelzer, F. G. (2010). Uma pequena história do autismo. Cadernos Pandorga de Autismo, v. 1. São Leopoldo, RS: Editora Oikos.
Souza, C. R. (2016). A amarração sinthomática nas vias de um autismo. Estilos da Clínica: Revista sobre a infância com problemas, 21(3), 599-617. doi: https://doi.org/10.11606/issn.1981-1624.v21i3p599-617.
Tamanaha, A. C., Perissinoto, J. & Chiari, B. M. (2008). Uma breve revisão histórica sobre a construção dos conceitos do autismo infantil e da síndrome de Asperger. Revista da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, 13(3): 296-299.
Thomas, M. C. (2013). Introdução para uma genealogia do autismo. Tempo psicanalítico, 45(2), 339-366.
Travaglia, S. A. A. (2014). Autismo e os primórdios da palavra: pulsão invocante, corpo e linguagem. Estilos da Clínica: Revista sobre a infância com problemas, 19(2), 263-276. doi: https://doi.org/10.11606/issn.1981-1624.v19i2p263-276.
Untoiglich, G. (2013). As oportunidades clínicas com crianças com sinais de autismo e seus pais. Estilos da clínica: Revista sobre a infância com problemas, 18(3), 543-558. doi: https://doi.org/10.11606/issn.1981-1624.v18i3p543-558.
Vorcaro, A. M. R. (2016). Paradoxos do diagnóstico psicanalítico nos autismos. Estilos da Clínica: Revista sobre a infância com problemas, 21(3), 736-755. doi: https://doi.org/10.11606/issn.1981-1624.v21i3p736-755.
Wajntal, M. (2013). Reflexões sobre a clínica do autismo. Estilos da Clínica: Revista sobre a infância com problemas, 18(3), 532-542. doi: https://doi.org/10.11606/issn.1981-1624.v18i3p532-542.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
O envio dos manuscritos deverá ser acompanhado de Carta à Comissão Executiva solicitando a publicação. Na carta, o(s) autor(es) deve(m) informar eventuais conflitos de interesse - profissionais, financeiros e benefícios diretos ou indiretos - que possam vir a influenciar os resultados da pesquisa. Devem, ainda, revelar as fontes de financiamento envolvidas no trabalho, bem como garantir a privacidade e o anonimato das pessoas envolvidas. Portanto, o(s) autor(es) deve(m) informar os procedimentos da aprovação da pesquisa pelo Comitê de Ética da instituição do(s) pesquisador(es) com o número do parecer.
O material deve ser acompanhado também de uma Declaração de Direito Autoral assinada por todo(s) o(s) autor(es) atestando o ineditismo do trabalho, conforme o seguinte modelo:
Eu, Rinaldo Voltolini, concedo à revista o direito de primeira publicação e declaro que o artigo intitulado Sobre uma política de acolhimento de professores em situação de inclusão, apresentado para publicação na revista Estilos da Clínica, não foi publicado ou apresentado para avaliação e publicação em nenhuma outra revista ou livro, sendo, portanto, original.