Por uma utopia para as crianças africanas
a incidência do desejo do Outro na posição do sujeito na escola
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1981-1624.v24i3p513-513Palavras-chave:
Sujeito, Desejo de saber, Escola, África, AprendizagemResumo
Ter esperança é condição para ensinar. Trata-se de esperar sem expectativa, mas supondo que uma criança possa sempre aprender algo. Por parte do professor, é necessário, portanto, fazer uma aposta e sustentar esse lugar desejante que dá origem à transferência. Quando adultos podem sonhar um futuro para a criança, há efeitos. Ter, para elas, uma utopia, nos parece fundamental. Nossas reflexões nasceram a partir de experiências vivenciadas em escolas angolanas e moçambicanas, onde observamos traços que tendiam a repetição. Investigamos a forma como não-ditos, enquanto significantes mudos que circulam na cultura, podem ser transmitidos, via transferência estabelecida entre professores e alunos, como saberes inconscientes que, ao não encontrarem espaço de simbolização, retornam em produções sintomáticas que podem marcar o percurso de uma criança para aprender. A análise privilegiou o exame de traços que parecem apontar para uma posição inconsciente do sujeito face ao desejo do Outro que, muitas vezes, emergiam como impasses na posição do sujeito e, em consequência, frente ao conhecimento. Essas marcas inconscientes que insistem em se repetir no laço social, produzem sintomas semelhantes, geração após geração, nos remetendo a transmissão de não-ditos que corroboram para a não simbolização e cristalização de lugares imaginários para alunos e professores.
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Eu, Rinaldo Voltolini, concedo à revista o direito de primeira publicação e declaro que o artigo intitulado Sobre uma política de acolhimento de professores em situação de inclusão, apresentado para publicação na revista Estilos da Clínica, não foi publicado ou apresentado para avaliação e publicação em nenhuma outra revista ou livro, sendo, portanto, original.