Contribuições possíveis da psicanálise à educação precoce
o protocolo Indicadores Clínicos de Risco para o Desenvolvimento Infantil (IRDI)
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1981-1624.v25i2p233-245Palavras-chave:
Educação precoce, Psicanálise, Risco psíquico, IRDIResumo
O artigo apresenta uma pesquisa de orientação psicanalítica sobre atendimentos educacionais/terapêuticos realizados na Educação Precoce, serviço educacional especializado oferecido pela Secretaria de Educação do Distrito Federal a crianças de zero a três anos e onze meses de idade, com atraso no desenvolvimento neuro-psicomotor. Neste estudo, duas crianças com Síndrome de Down foram observadas em atendimento. Os Indicadores Clínicos de Risco para o Desenvolvimento Infantil (IRDI) foram aplicados e as mães dos bebês foram entrevistadas. A finalidade do estudo e do presente artigo é salientar que determinadas intervenções educativas podem reproduzir junto aos pais o saber de especialistas advindos do discurso da ciência, o qual, em muitas circunstâncias, não só anula o saber parental como também eclipsa o lugar de sujeito da criança. O estudo destaca que a psicanálise pode apresentar-se como um aporte conceitual relevante para os profissionais que atuam na Educação Precoce e na Educação Infantil, pois os convoca à atitude de abertura à escuta, à fala e às observações das interações mãe-criança, de modo a localizar a posição que a criança ocupa na dinâmica materna e familiar, levando em conta a singularização dos pequenos sujeitos e subvertendo a lógica da padronização, da medicalização e da patologização.
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