Lugar de Vida em tempos de pandemia: 30 anos depois e a continuidade das invenções
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1981-1624.v26i2p252-264Palavras-chave:
Pandemia, Psicanálise, Atendimento remoto, Grupos heterogêneos, AutismoResumo
Este artigo tem como objetivo abordar as transformações ocorridas no trabalho institucional do Lugar de Vida - Centro de Educação Terapêutica durante o período de distanciamento social acarretado pela pandemia do COVID-19. Retoma-se a história da instituição, ressaltando o caráter inventivo inerente à clínica psicanalítica com crianças com entraves estruturais na constituição psíquica. São trabalhadas situações clínicas disparadoras do questionamento e da reformulação dos projetos terapêuticos nesse cenário, assim como a forma da instituição continuar com o seu trabalho com as crianças, a família e a escola. Considera-se que, para algumas crianças, os atendimentos remotos funcionam como tratamento do Outro. São novas modalidades de barreira e proteção frente a um Outro invasivo ou caótico. As telas podem ser dispositivos subjetivantes se, de um lado, houver um interlocutor-sujeito e, do outro, um suposto-sujeito.
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