Condições de saúde mental dos secundaristas em luta: os casos de Santiago e de São Paulo

Autores

  • Maria Eugênia Augusto Gregório Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.11606/extraprensa2023.220469

Palavras-chave:

Capitalismo, Educação, Saúde mental, Movimento secundarista, Juventudes

Resumo

Este artigo procura circunscrever as estratégias de resistência construídas pelos secundaristas de Santiago e de São Paulo como formas de garantir a representação dos estudantes e que viabilizaram saúde mental aos jovens. Com foco em artigos científicos da base de dados SciELO sobre o movimento secundarista no Chile e no Brasil, seguida da Análise de Conteúdo relacionada às nossas referências, analisamos a interface entre resistência como potência de agir e saúde mental e opressão como violadora de direitos que produz adoecimento psíquico. Pudemos perceber que a discussão presente na literatura sobre as distintas formas de resistência contribuem para uma revisão do conceito eurocêntrico de sujeito e da compreensão de saúde, que podemos entender no campo ético-político como potência de agir a partir do enfrentamento coletivo da opressão manifestada por meio da produção cultural dos secundaristas.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Maria Eugênia Augusto Gregório, Universidade de São Paulo

    Psicóloga e doutoranda do programa de Pós-graduação Interunidades em Integração da América Latina na USP.

Referências

AGUILERA RUIZ, Oscar. Movidas, movilizaciones y movimientos: cultura política y políticas de las culturas juveniles en Chile de hoy. Santiago: RIL Editores, 2016.

BREUER, Josef; FREUD, Sigmund. Estudos sobre a histeria. In: FREUD, Sigmund. Freud, Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud. Vol. 2, 2 ed. Rio de Janeiro: Imago, 1895/1987.

BRITO, Luciana. Escolas de luta: a disputa entre projetos educacionais nas escolas ocupadas em São Paulo. Movimento-revista de educação, Niterói, ano 4, n. 6, p. 306-328, 2017.

BRO KHOMASI, Naim. Condiciones culturales en la constitución de identidades políticas en el Chile actual: algunas reflexiones a partir del caso del movimiento estudiantil secundario de 2006. Polis, Santiago, v. 10, n. 28, p. 51-68, 2011.

CÁRDENAS NEIRA, Camila. El movimiento estudiantil chileno (2006-2016) y el uso de la web social: nuevos repertorios de acción e interacción comunicativa [online] . Ultima década, v. 24, n. 45, p. 93-116, 2016. Disponível em: https://l1nq.com/UvZte. Acesso em: 5 jan. 2024.

CASTELLS, Manuel. Redes de indignação e esperança: movimentos sociais na era da internet. 2 ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2013.

CASTRO, Lucia Rabello de; GRISOLIA, Felipe Salvador. Subjetivação pública ou socialização política? Sobre as articulações entre o “político” e a infância. Educação & Sociedade, Campinas, v. 37, n. 137, p. 971-988, 2016.

COMPARATO, Fábio Konder. Capitalismo: civilização e poder. Estudos Avançados, São Paulo, v. 25, n. 72, p. 251-276, 2011.

CORTI, Ana Paula de Oliveira; CORROCHANO, Maria Clara; SILVA, José Alves da. “Ocupar e resistir”: a insurreição dos estudantes paulistas. Educação & Sociedade, Campinas, v. 37, n. 137, p. 1159-1176, 2016.

CUADRA, Fernando de la. Conflito social e movimento estudantil no Chile. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, v. 21, n. 42, p. 173-194, 2008.

FAURÉ, Daniel. El 2011 estudiantil chileno como desafío analítico para las ciencias sociales: hacia la construcción de una nueva matriz para leer los movimientos (2001-2011 y más allá) [online]. Última Década, v. 26, n. 48, p. 35-71, 2018. Disponível em: https://acesse.dev/NjuXF. Acesso em: 5 jan. 2024.

FRANCO, Maria Laura Puglisi Barbosa. Análise de Conteúdo. 2 ed. Brasília, DF: Líber Livro, 2005.

FREIRE, Paulo. Ação cultural para a liberdade e outros escritos. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1976.

FREIRE, Paulo. Conscientização: teoria e prática da libertação: uma introdução ao pensamento de Paulo Freire. 3 ed. São Paulo: Moraes, 1980.

FREIRE, Paulo. A pedagogia do oprimido. 17 ed. São Paulo: Paz e Terra, 1987.

FREIRE, Paulo. Educação como prática da liberdade. 29 ed. São Paulo: Paz e Terra, 2006.

FREUD, Sigmund. Histeria. In: FREUD, Sigmund. Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud. Vol. 1, 2 ed. Rio de Janeiro: Imago, 1888/1987. p. 63-83.

GARRETÓN, Manuel Antonio, et al. Movimiento social, nuevas formas de hacer política y enclaves autoritarios: los debates del Consejo Asesor para la Educación en el gobierno de Michelle Bachelet en Chile. Polis, Santiago, v. 10, n. 30, p. 117-140, 2011.

GIROTTO, Eduardo Donizeti. A dimensão espacial da escola pública: leituras sobre a reorganização da rede estadual de São Paulo. Educação & Sociedade, Campinas, v. 37, n. 137, p. 1121-1141, 2016.

GOHN, M. G. Jovens na política na atualidade – uma nova cultura de participação. Caderno CRH, Salvador, v. 31, n. 82, p. 117-133, 2018.

LANDER, Edgardo. Ciencias sociales: saberes coloniales y eurocéntrico. In: La colonialidad del saber: eurocentrismo y ciencias sociales. Perspectivas latino-americanas. Buenos Aires: CLACSO, 2005. p. 4-23.

MACHADO, Leandro. Inspirado no Chile, manual orientou ocupação de escolas por alunos em SP. 2015. Folha de S.Paulo, 25 nov. 2015. Disponível em: https://l1nk.dev/IZtjs. Acesso em: 19 jul. 2021.

MARTÍN-BARÓ, Ignacio. Hacia una psicología de lá liberación. Revista Eletrónica de Intervención Psicosocial y Psicología Comunitária, v. 1, n. 2, p 7-14, 2006. Disponível em: https://acesse.dev/23mnd. Acesso em: 5 jan. 2024.

MARTÍN-BARÓ, Ignacio. El latino indolente. In: MARTÍN-BARÓ, Ignacio; BLANCO, Amalio (ed.). Psicología de la Liberación. Madrid: Editorial Trota, 1998.

O MAL EDUCADO. Como ocupar um colégio? [cartilha online], 2015. Disponível em: https://encr.pw/oX0EC. Acesso em: 19 jul. 2021.

OLIVEIRA, Dennis de. Movimentos sociais e uma nova cultura política em tempos de ação direta do capital. ARACÊ – Direitos Humanos em Revista, v. 1, Ano 1, n. 1,2014.

OLIVEIRA, Dennis de. Ação direta do capital: o poder do capitalismo contemporâneo. Revista Psicologia Política, São Paulo, v. 15, n. 33, p. 405-421, 2015.

QUIJANO, Anibal. Colonialidade do poder, Eurocentrismo e América Latina. In: LANDER, Edgardo (org.). A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latino-americanas. Buenos Aires: CLACSO, 2005. p. 122-151.

SOUZA, Ana Silva Ariza de; SAWAIA, Bader Burihan. A Saúde como potência de ação: uma análise do coletivo e de comuna do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Revista Psicologia Política, [S. l.],v. 16, n. 37, p. 305-320, 2016. Disponível em: https://acesse.dev/uap4M. Acesso em: 31 ago. 2021.

ZIBAS, Dagmar Maria Leopoldi. “A revolta dos pingüins” e o novo pacto educacional chileno. Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, v. 13, n. 38, p. 199-220, 2008.

Downloads

Publicado

2023-12-28

Como Citar

Gregório, M. E. A. . (2023). Condições de saúde mental dos secundaristas em luta: os casos de Santiago e de São Paulo. Revista Extraprensa, 16(Especial), 104-108. https://doi.org/10.11606/extraprensa2023.220469