Condições de saúde mental dos secundaristas em luta: os casos de Santiago e de São Paulo
DOI:
https://doi.org/10.11606/extraprensa2023.220469Palavras-chave:
Capitalismo, Educação, Saúde mental, Movimento secundarista, JuventudesResumo
Este artigo procura circunscrever as estratégias de resistência construídas pelos secundaristas de Santiago e de São Paulo como formas de garantir a representação dos estudantes e que viabilizaram saúde mental aos jovens. Com foco em artigos científicos da base de dados SciELO sobre o movimento secundarista no Chile e no Brasil, seguida da Análise de Conteúdo relacionada às nossas referências, analisamos a interface entre resistência como potência de agir e saúde mental e opressão como violadora de direitos que produz adoecimento psíquico. Pudemos perceber que a discussão presente na literatura sobre as distintas formas de resistência contribuem para uma revisão do conceito eurocêntrico de sujeito e da compreensão de saúde, que podemos entender no campo ético-político como potência de agir a partir do enfrentamento coletivo da opressão manifestada por meio da produção cultural dos secundaristas.
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