Ativação do assoalho pélvico, musculatura lombar e abdominal durante uma tarefa simulada de manuseio de material: um estudo transversal
DOI:
https://doi.org/10.1590/1809-2950/20005727032020Palavras-chave:
Diafragma da Pelve, Eletromiografia, Saúde da MulherResumo
Os músculos do assoalho pélvico agem sinergicamente com os músculos abdominais e lombares, contribuindo para o controle da coluna e da pelve. Esses músculos são ativados durante atividades que aumentam a pressão intra-abdominal, como o manuseio manual do material. O objetivo deste estudo foi avaliar a atividade elétrica dos músculos do assoalho pélvico, coluna lombar e abdominais durante o manuseio manual do material com diferentes cargas. Trata-se de um estudo transversal com 16 mulheres nulíparas do continente com idade entre 18 e 35 anos. Utilizou-se um sistema eletromiográfico para avaliar a ativação dos músculos multífidos, eretor da coluna (iliocostal) e reto abdominal, bilateralmente (Trigno Wireless®, DelSys®, Boston, EUA) e outro sistema para os músculos do assoalho pélvico (Thought Technology Ltd, Canadá). Os dados eletromiográficos foram coletados durante o manuseio manual de três cargas: leve (1,5kg), média (4,5kg) e pesada (11,3kg). Medidas repetidas Anova foram aplicadas para comparar a ativação entre cargas e o nível de significância foi estabelecido em 5% (α=0,05). Houve um aumento significativo na ativação da musculatura lombar e abdominal à medida que a carga aumentou. Não foi encontrada diferença entre as cargas para a ativação dos músculos do assoalho pélvico. Os músculos do assoalho pélvico não aumentaram sua ativação de acordo com a carga manuseada, como ocorre nos músculos lombar e abdominal em mulheres continentes e nulíparas. Esses achados precisam ser confirmados para mulheres incontinentes, pois podem ter implicações clínicas para o planejamento de tarefas ocupacionais e para a reabilitação do assoalho pélvico.
Downloads
Referências
Hodges PW, Sapsford R, Pengel LH. Postural and respiratory
functions of the pelvic floor muscles. Neurourol Urodyn.
;26(3):362-71. doi: 10.1002/nau.20232
Franceschet J, Sacomori C, Cardoso FL. Strength of pelvic floor
muscles and sexual function during pregnancy. Braz J Phys Ther.
;13(5):383-9. doi: 10.1590/S1413-35552009005000054
Bø K, Finckenhagen HB. Is there any difference in measurement
of pelvic floor muscle strength in supine and standing
position? Acta Obstet Gynecol Scand. 2003;82(12):1120-4.
doi: 10.1046/j.1600-0412.2003.00240.x
Madill S, Harvey MA, McLean L. Women with SUI demonstrate
motor control differences during voluntary pelvic floor
muscle contractions. Int Urogynaecol J Pelvic Floor Dysfunct.
;20(4):447-59. doi: 10.1007/s00192-008-0800-y
Sjödahl J, Kvist J, Gutke A, Oberg B. The postural response
of the pelvic floor muscles during limb movements: a
methodological electromyography study in parous women
without lumbopelvic pain. Clin Biomech. 2009;24(2):183-9.
doi: 10.1016/j.clinbiomech.2008.11.004
Capson AC, Nashed J, McLean L. The role of lumbopelvic
posture in pelvic floor muscle activation in continent women.
J Electromyogr Kinesiol. 2011;21(1):166-77. doi: 10.1016/
j.jelekin.2010.07.017
Luginbuehl H, Baeyens JP, Taeymans J, Maeder IM, Kuhn
A, Radlinger L. Pelvic floor muscle activation and strength
components influencing female urinary continence and
stress incontinence: a systematic review. Neurourol Urodyn.
;34(6):498-506. doi: 10.1002/nau.22612
Tamanini JTN, D’Ancona CAL, Botega NJ, Rodrigues Netto
N Jr. Validação do questionário de qualidade de vida
(King’s Health Questionnaire) em mulheres brasileiras com
incontinência urinária. Rev Saude Publica. 2003;37(2):203-11.
doi: 10.1590/S0034-89102003000200007
Pinheiro FA, Tróccoli BT, Carvalho CV. Validação do
Questionário Nórdico de Sintomas Osteomusculares como
medida de morbidade. Rev Saude Publica. 2002;36(3):307-12.
doi: 10.1590/S0034-89102002000300008
Florindo AA, Latorre MRDO. Validação e reprodutibilidade
do questionário de Baecke de avaliação da atividade
física habitual em homens adultos. Rev Bras Med Esporte.
;9(3):121-8.
Laycock J, Jerwood D. Pelvic floor muscle assessment:
the perfect scheme. Physiotherapy. 2001;87(12):631-42.
doi: 10.1016/S0031-9406(05)61108-X
Hansson GÅ, Asterland P, Holmer NG, Skerfving S. Validity
and reliability of triaxial accelerometers for inclinometry in
posture analysis. Med Biol Eng Comput. 2001;39(4):405-13.
doi: 10.1007/bf02345361
Surface Electromyography for the Non-Invasive Assessment
of Muscles. Welcome at Seniam.org [Internet]. Enschede:
SENIAM; 2012 [cited 2014 Sept 12]. Available from:
Vera-Garcia FJ, Moreside JM, McGill SM. MVC techniques to
normalize trunk muscle EMG in healthy women. J Electromyogr
Kinesiol. 2010;20(1):10-6. doi: 10.1016/j.jelekin.2009.03.010
Veiersted KB, Forsman M, Hansson GÅ, Mathiassen SE.
Assessment of time patterns of activity and rest in full-shift
recordings of trapezius muscle activity – Effects of the data
processing procedure. J Electromyogr Kinesiol. 2013;23(3):540-7.
doi: 10.1016/j.jelekin.2012.12.004
Pereira VS. Métodos de avaliação da musculatura do assoalho
pélvico feminino [dissertation]. São Carlos: Universidade
Federal de São Carlos; 2013 [cited 2020 Nov 4]. Available
from: https://repositorio.ufscar.br/handle/ufscar/5165
Wagner DW, Reed MP, Chaffin DB. The development of a
model to predict the effects of worker and task factors on foot
placements in manual material handling task. Ergonomics.
;53(11):1368-84. doi: 10.1080/00140139.2010.523482
Yang G, Marras WS, Best TM. The biochemical response to
biomechanical tissue loading on the low back during physical
work exposure. Clin Biomech. 2011;26(5):431-7. doi: 10.1016/
j.clinbiomech.2011.01.005
Silva LCCB, Oliveira AB, Silva DC, Paschoarelli LC, Coury HJCG.
Evaluation of reusable cardboard box designs: biomechanical
and perceptual aspects. Int J Ind Ergon. 2003;43(2):154-60.
doi: 10.1016/j.ergon.2012.12.001
Kelly M, Tan BK, Thompson J, Carroll S, Follington M, Arndt A, et al.
Healthy adults can more easily elevate the pelvic floor in standing
than in crook-lying: an experimental study. Aust J Physiother.
;53(3):187-91. doi: 10.1016/S0004-9514(07)70026-0
Fozzatti MCM, Palma P, Herrmann V, Dambros M. Impacto da
reeducação postural global no tratamento da incontinência
urinária de esforço feminina. Rev Assoc Med Bras. 2008;54(1):17-
doi: 10.1590/S0104-42302008000100015
Sapsford RR, Richardson CA, Maher CF, Hodges PW. Pelvic floor
muscle activity in different sitting postures in continent and
incontinent women. Arch Phys Med Rehabil. 2008;89(9):1741-7.
doi: 10.1016/j.apmr.2008.01.029
Smith MD, Coppieters MW, Hodges PW. Postural activity
of the pelvic floor muscles is delayed during rapid arm
movements in women with stress urinary incontinence.
Int Urogynecol J Pelvic Floor Dysfunct. 2007;18(8):901-11.
doi: 10.1007/s00192-006-0259-7
Maduri A, Pearson BL, Wilson SE. Lumbar-pelvic range and
coordination during lifting tasks. J Electromyogr Kinesiol.
;18(5):807-14. doi: 10.1016/j.jelekin.2007.02.012
Korelo RIG, Kosiba CR, Grecco L, Matos RA. Influência do
fortalecimento abdominal na função perineal, associado ou não à
orientação de contração do assoalho pélvico, em nulíparas. Fisioter
Mov. 2011;24(1):75-85. doi: 10.1590/S0103-51502011000100009
Resende A, Nakamura M, Ferreira E, Petricelli C, Alexandre S,
Zanetti M. [Evaluation of female pelvic floor muscles using
surface electromyography: literature review]. Fisioter Pesqui.
;18(3):292-7. doi: 10.1590/S1809-29502011000300016
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2020 Fernanda Cabegi de Barros, Patricia Driusso, Fernanda Roberto, Mariana Vieira Batistão, Mikaela Corrêa, Tatiana de Oliveira Sato
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by-sa/4.0/88x31.png)
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-ShareAlike 4.0 International License.