Avaliação da funcionalidade e incapacidade de puérperas: um estudo baseado na Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde
DOI:
https://doi.org/10.1590/Palavras-chave:
Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde, Período Pós-Parto, Saúde da Mulher, FisioterapiaResumo
O puerpério inicia logo após a dequitação da
placenta, ocorrendo modificações locais e sistêmicas no
corpo da mulher. Essa transição está associada com a
funcionalidade da mulher. A Classificação Internacional
de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF) fornece a
base para aplicação do modelo biopsicossocial. O estudo
investigou a funcionalidade e incapacidade de puérperas
no período puerperal imediato, tardio e remoto. Trata-se
de um estudo transversal observacional de caráter
quantitativo. Aplicou-se uma ficha de anamnese
com dados sociodemográficos, antropométricos e
obstétricos e com perguntas relacionadas à CIF. Para
investigar a incapacidade, aplicou-se o WHODAS 2.0 de
36 questões autoadministrado. As variáveis qualitativas
foram descritas por distribuição de frequência e
percentuais, e as quantitativas com estatística descritiva.
Para comparação de grupos, aplicaram-se os testes
de Kruskal-Wallis e post hoc de Dunn com 5% de
significância. Participaram do estudo 82 puérperas.
Obteve-se 32 categorias da CIF, sendo estrutura e função
a mais frequente. No WHODAS 2.0, na amostra total e
para cada momento do puerpério, o domínio (D5) –
Atividades de Vida – obteve maior comprometimento.
Ao comparar os domínios com momentos do
puerpério, o imediato apresentou menor incapacidade,
Avaliação da funcionalidade e incapacidade de
puérperas: um estudo baseado na Classificação
Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde
Assessment of functioning and disability of postpartum women: a study based on the
International Classification of Functioning, Disability and Health
Evaluación de la funcionalidad y discapacidad en puérperas: un estudio que se basa en la
Clasificación Internacional de la Funcionalidad, la Discapacidad y la Salud
Marina da Silva Moraes1, Francisco Farias Feitoza2, Juliana Falcão Padilha3
diferenciando-se do remoto e tardio para cognição
(10,42 – p=0,0365) e participação (18,75 – p=0,0197).
No domínio (D2) – Mobilidade –, ocorreu diferença entre
o puerpério tardio e o remoto, sendo que o remoto
apresentou menor incapacidade (17,50 – p=0,0212).
A partir da diversidade de itens preenchidos na CIF,
conclui-se que a funcionalidade pode ser afetada no
puerpério, podendo apresentar incapacidade em todos
os momentos.
Downloads
Referências
Cabral FB, Oliveira DLLC. Vulnerabilidade de puérperas na visão
de Equipes de Saúde da Família: ênfase em aspectos geracionais
e adolescência. Rev Esc Enferm USP. 2010;44(2):368-75.
doi: 10.1590/S0080-62342010000200018
Andrade RD, Santos JS, Maia MAC, Mello DF. Fatores
relacionados à saúde da mulher no puerpério e repercussões
na saúde da criança. Esc Anna Nery. 2015;19(1):181-6.
doi: 10.5935/1414-8145.20150025
Holanda CSM, Alchieri JC, Morais FRR, Maranhão TMO.
Estratégias de desenvolvimento, acompanhamento e avaliação
do atendimento da gestante no ciclo gravídico-puerperal. Rev
Panam Salud Publica. 2015;37(6):388-94.
CIF: classificação internacional de funcionalidade, incapacidade
e saúde. São Paulo: Edusp; 2003.
McIntyre A, Tempest S. Two steps forward, one step back?
A commentary on the disease-specific core sets of the International
Classification of Functioning, Disability and Health (ICF). Disabil
Rehabil. 2007;29(18):1475-9. doi: 10.1080/09638280601129181
Leite CF, Castro SS. 50 Casos Clínicos em Fisioterapia. Salvador:
Sanar; 2017.
Biz MCP, Chun RYS. Operacionalização da Classificação
Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde,
CIF, em um Centro Especializado em Reabilitação. CoDAS.
;32(2):e20190046. doi: 10.1590/2317-1782/20192019046
Organização Mundial da Saúde. Como usar a CIF: Um manual
prático para o uso da Classificação Internacional de
Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF). Versão preliminar
para discussão. Genebra: OMS; 2013.
Senturk V, Hanlon C, Medhin G, Dewey M, Araya M, et al. Impact
of perinatal somatic and common mental disorder symptoms
on functioning in Ethiopian women: The P-MaMiE populationbased
cohort study. J Affect Disord. 2012;136(3):340-9.
doi: 10.1016/j.jad.2011.11.028
Silveira C, Parpinelli MA, Pacagnella RC, Camargo RSD, Costa
ML, et al. Adaptação transcultural da Escala de Avaliação
de Incapacidades da Organização Mundial de Saúde
(WHODAS 2.0) para o Português. Rev Assoc Med Bras.
;59(3):234-40. doi: 10.1016/j.ramb.2012.11.005
Agranonik M, Hirakata VN. Cálculo de tamanho de amostra:
proporções. Rev HCPA. 2011;31(3):382-8.
World Health Organization. Measuring Health and
Disability: Manual for WHO Disability Assessment Schedule
(WHODAS 2.0). Malta: WHO; 2015.
Organização Mundial da Saúde. Modelo de escore do
questionário WHODAS com 36 itens. [201-] [cited 2024 10 09].
Available from: https://cdn.who.int/media/docs/default-source/
classification/icf/whodas/36item-scoring-template-complexscoring.
xlsx?sfvrsn=de1228b3_2
Silveira C, Parpinelli MA, Pacagnella RC, Andreucci CB, Ferreira
EC, et al. A cohort study of functioning and disability among
women after severe maternal morbidity. Int J Gynecol Obstet.
;134(1):87-92. doi: 10.1016/j.ijgo.2015.10.027
Alves AB, Pereira TRC, Aveiro MC, Cockell FF.
Functioning and support networks during postpartum.
Rev Bras Saude Mater Infant. 2022;22(3):667-73.
doi: 10.1590/1806-9304202200030013
Bulhões ERFN, Dantas THDM, Dantas JH, Souza IND,
Castaneda L, et al. Functioning of women in the postpartum
period: an International Classification of Functioning, Disability
and Health-based consensus of physical therapists. Braz J
Phys Ther. 2021;25(4):450-9. doi: 10.1016/j.bjpt.2020.12.003
Van Der Woude DAA, Pijnenborg JMA, De Vries J. Health
status and quality of life in postpartum women: a systematic
review of associated factors. Eur J Obstet Gynecol Reprod Biol.
;185:45-52. doi: 10.1016/j.ejogrb.2014.11.041
Godoy MB, Gomes FA, Stefanello J, Monteiro JCS, Nakano AMS.
Work situation of women in the gravidic-puerperal cycle. Invest
Educ Enferm. 2011;29(1):47-53. doi: 10.17533/udea.iee.8518
Carrizo E, Domini J, Quezada RYJ, Serra SV, Soria EA,
et al. Variaciones del estado cognitivo en el puerperio y sus
determinantes: una revisión narrativa. Cien Saude Colet.
;25(8):3321-34. doi: 10.1590/1413-81232020258.26232018
Henry JF, Sherwin BB. Hormones and cognitive functioning
during late pregnancy and postpartum: A longitudinal study.
Behav Neurosci. 2012;126(1):73-85. doi: 10.1037/a0025540
Glynn LM. Giving birth to a new brain: hormone exposures
of pregnancy influence human memory. Psyneuen.
;35(8):1148-55. doi: 10.1016/j.psyneuen.2010.01.015
Kim P, Dufford AJ, Tribble RC. Cortical thickness variation
of the maternal brain in the first 6 months postpartum:
associations with parental self-efficacy. Brain Struct Funct.
;223(7):3267-77. doi: 10.1007/s00429-018-1688-z
Finlayson K, Crossland N, Bonet M, Downe S. What matters
to women in the postnatal period: A meta-synthesis
of qualitative studies. PLoS ONE. 2020;15(4):e0231415.
doi: 10.1371/journal.pone.0231415
Burti JS, Cruz JDPDS, Silva ACD, Moreira IDL. Assistência ao
puerpério imediato: o papel da fisioterapia. Rev Fac Cienc Med
Sorocaba. 2016;18(4):193-8. doi: 10.5327/Z1984-4840201625440
Al Rehaili BO, Al-Raddadi R, ALEnezi NK, ALYami AH.
Postpartum quality of life and associated factors: a crosssectional
study. Qual Life Res. 2023;32(7):2099-106. doi: 10.1007/
s11136-023-03384-3
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Marina da Silva Moraes, Francisco Farias Feitoza, Juliana Falcão Padilha

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-ShareAlike 4.0 International License.