Amuletos em cantos dentro e fora do Pitt Rivers Museum: a antropologia que fazemos e a crítica das hegemonias contemporâneas
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2525-3123.gis.2020.163019Palavras-chave:
Etnografia, Amuletos, Encantos, Canto, CríticaResumo
Este artigo apresenta reflexões de uma pesquisa etnográfica sobre amuletos e encantos do Pitt Rivers Museum. Pretende contribuir com reflexões críticas sobre a produção do conhecimento. Apresenta os desafios e as práticas dos antropólogos contemporâneos na gestão, no estudo e na exibição de amuletos e encantos de outras sociedades. Evidencia a constante noção de transformação na história do museu. A seguir, registra reflexões acerca de inesperadas experiências na pesquisa: recente resultado de pesquisa da equipe do museu; Movimentos de uma etnografia em grupos de cantos; as quais sugerem investigação em torno de amuletos e encantos contemporâneos. Finaliza resgatando o potencial da etnografia realizada na prática de cantar coletivamente. Assinala a importância de uma atitude crítica diante de categorias de análise e pressupostos reproduzidos pela antropologia e permitidos pela posição ocupada pela disciplina e por suas alianças – muitas vezes silenciadas – com as práticas hegemônicas de produção de conhecimento.
Downloads
Referências
Asad, Talal. 1993. Genealogies of religion: discipline and reasons of power in Christianity and Islam. Baltimore: The Johns Hopkins University Press.
Attlee, James. 2009. Isolarion: a different Oxford journey. London: Black Swan.
Barnes, Ina. 2000. A witch in a bottle: an investigation into a Pitt Rivers Museum object. Master’s thesis, University of Oxford, Oxford.
Bouquet, Mary Rose and Jorge Freitas Branco. 1988. Artefactos melanésios: Melanesian artefacts: reflexões pós-modernistas. Lisboa: Museu de Etnologia, Instituto de Investigação Científica Tropical.
Broekhoven, Laura van, Cunera Buijs and Pieter Hovens, eds. 2010. Sharing knowledge and cultural heritage. Leiden: Sidestone Press.
Brulon, Bruno. 2013. Da artificação do sagrado nos museus: entre o teatro e a sacralidade. In Anais do Museu Paulista, vol. 21, no. 2: 155-175.
Chapman, William Ryan. 1985. Arranging ethnology: Pitt Rivers and the typological tradition. In Objects and others: essays on museums and material culture, ed. George W. Stocking Jr, 15-48. Madison: University of Wisconsin Press.
Comaroff, John and Jean Comaroff. 1992. Ethnography and the historical imagination. Boulder: Westview Press.
Coote, Jeremy. 1997. The zuni war god at the Pitt Rivers Museum, University of Oxford and its contested Status. In Museum of London Seminar “Point of no return? Museums and repatriation”, London, Nov. 1997.
Cunha, Marianno Carneiro. 1985. Da senzala ao sobrado: arquitetura brasileira na Nigéria e na República Popular do Benim. São Paulo: Nobel, Edusp.
Demarchi, Andre. 2012. Os museus e seus fetiches. Revista Museologia e Patrimônio, vol. 5, no. 1: 87-102.
Evans-Pritchard, Edward Evans. 2005. Bruxaria, oráculos e magia entre os Azande. Rio de Janeiro: Zahar.
Fabian, Johannes. 1986. Language and colonial power: the appropriation of Swahili in the former Belgian Congo 1880-1938. Cambridge: Cambridge University Press.
Fausto, Carlos. 2001. Inimigos fiéis: história, guerra e xamanismo na Amazônia. São Paulo: Edusp.
Feltran, Gabriel de Santis. 2004. Isolamento, solidão e superfluidade: sobre abismos cotidianos. Cadernos do IFCH, no. 31: 36-57.
Fonseca, Cláudia. 2004. Família, fofoca e honra: etnografia de relações de gênero e violência em grupos populares. Porto Alegre: Ed. UFRGS.
Ginzburg, Carlo. 1991. História noturna: decifrando o sabá. São Paulo: Cia das Letras.
Goldstein, Ilana. 2008. Reflexões sobre a arte “primitiva”: o caso do Musée Branly. Horizontes Antropológicos, vol. 14, no. 29: 279-314.
Harrell-Bond, Barbara. 1967. Blackbird Leys: a pilot study of an urban housing estate. Master’s thesis, University of Oxford, London.
Harvey, David. 2001. A produção capitalista do espaço. São Paulo: Annablume.
Jardim, Marta. 2017. O charme das coisas: etnografia e performance. Seminário Leppais, Pelotas, UFPel.
Karp, Ivan and Steven D. Lavine. 1990. Exhibiting cultures: the poetics and politics of museum display. London: Smithsonian Inst. Press.
L’Estoile, Benoît de. 2007. Le gout des autres: de l’exposition coloniale aux arts premiers. Paris: Flammariob.
Newbigging, Carole. 2000. The changing faces of Blackbird Leys. Witney: Robert Boyd Publications.
O’Hanlon, Michael. 2014. The Pitt Rivers Museum: a world within. London: Scala Arts & Heritage Publishers.
O’Hanlon, Michael and Robert Welsch. 2001. Hunting the gatherers: ethnographic collectors, agents, and agency in Melanesia 1870s-1930s. New York: Berghahn Books.
Overing, Joanna. 1995. O mito como história: um problema de tempo, realidade e outra questões. MANA, vol. 1, no. 1: 107-140.
Poussamai, Zito. 2010. As artimanhas do percurso museal: narrativas sobre objetos e peças de museu. Mouseion, vol. 4, no. 7: 64-72.
Price, Sally. 2000. Arte primitiva em centros civilizados. Rio de Janeiro: UFRJ.
Sáez, Oscar Calavia. 2009. O que os santos podem fazer pela antropologia? Religião & Sociedade, vol. 29, no. 2: 198-219.
Sansi-Roca. 2007. Roger. `Dinheiro Vivo': Money and Religion in Brazil. Critique of Anthropology , v. 27, p. 319-339.
Sarró, Ramon. 2008, The Politics of Religious Change on the Upper Guinea Coast: Iconoclasm Done and Undone, Edinburgh, Edinburgh University Press, 2008, xvii, 238 p.
Salum, Marta Heloisa Leuba and Suely Moraes Ceravolo. 1993. Considerações sobre o perfil da coleção africana e afro-brasileira no MAE/USP. Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia, no. 3: 167-185.
Stocking Jr, George W. 1985. Objects and others: essays on museums and material culture. Madison: University of Wisconsin Press.
Strathern, Marilyn. 1992. After nature: English kinship in the late twentieth century. Cambridge: Cambridge University Press.
Viveiros de Castro, Eduardo. 1992. From the enemy’s point of view: humanity and divinity in an Amazonian society. Chicago: University of Chicago Press.
Williams, Raymond. 1965. Second generation. London: Hogarth Edit.
Woolf, Virginia. 1985. Um teto todo seu. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution BY-NC-ND que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista para fins não comerciais.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
Dados de financiamento
-
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo
Números do Financiamento 2015/18329-4