Dados demográficos da USP: a pesquisa “Mulheres e Homens da USP” e a conceituação de gênero
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1982-7547.hd.2024.212125Palavras-chave:
USP, Gênero, Anuários, População uspianaResumo
O artigo investiga a conceituação de gênero adotada pela Universidade de São Paulo, utilizando como corpus de pesquisa os Anuários Estatísticos da instituição, de 2001 a 2020 (anos de 2000 a 2019). O presente trabalho tem como fundamento o estudo realizado pelo extinto Escritório USP Mulheres, hoje incorporado à Pró-Reitoria de Inclusão e Pertencimento, em que foi realizada a coleta e tratamento dos dados demográficos da população uspiana, compreendendo os vínculos discentes, de docência e servidores técnico-administrativos. O que se revela patente são as ações crescentes de incorporação oficial de pautas vinculadas à equidade e aos direitos humanos, acompanhadas de uma concomitante persistência da concepção binária de gênero e, até o momento analisado, de uma diminuta política de agregação de outros marcadores sociais nos levantamentos demográficos da instituição.
Downloads
Referências
BUTLER, Judith. Problemas de Gênero. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.
CARLOTTO, Maria Caramez. Universitas semper reformanda? A história da Universidade de São Paulo e o discurso da gestão à luz da estrutura social. 2014. 570 f. Tese (doutorado em sociologia). Universidade de São Paulo: São Paulo, 2014.
COELHO, Edmundo Campos. As profissões imperiais: medicina, engenharia e advocacia no Rio de Janeiro, 1822-1930. Rio de Janeiro: Record, 1999.
CRENSHAW, Kimberley. Documento para o encontro de especialistas em aspectos da discriminação racial relativos ao gênero. Revista Estudos Feministas, vol.10, n.1, 2002, p.171-188.
FOUCAULT, Michel. “Aula de 17 de março de 1976”. In: Em defesa da sociedade: curso no Collège de France. São Paulo: Martins Fontes, 2005.
FOUCAULT, Michel. História da Sexualidade. Vol. 1. Rio de Janeiro: Graal, 1977.
GUEDES, Moema de Castro. A presença feminina nos cursos universitários e nas pós-graduações: desconstruindo a ideia da universidade como espaço masculino. História, Ciências, Saúde-Manguinhos [online]. 2008, v. 15, p. 117-132. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0104-59702008000500006>. Acesso em: 11 mai. 2023.
HILL COLLINS, Patricia. "Aprendendo com a outsider within: a significação sociológica do pensamento feminista negro". Revista Sociedade e Estado, vol. 31, nº 1, 2016.
HIRATA, Helena. O trabalho de cuidado: comparando Brasil, França e Japão. SUR 24, v. 13, n.24, 2016. Disponível em: https://sur.conectas.org/wp-content/uploads/2017/02/5-sur-24-por-helena-hirata.pdf. Acesso em: 04 jul. 2022.
LAQUEUR, Thomas. Inventando o sexo: corpo e gênero dos gregos a Freud. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 2001.
LOMBARDI, M. R.; CAMPOS, V. P. A Enfermagem no Brasil e os contornos de gênero, raça/cor e classe social na formação do campo profissional. Revista da ABET, [S. l.], v. 17, n. 1, 2018. DOI: 10.22478/ufpb.1676-4439.2018v17n1.41162. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/index.php/abet/article/view/41162. Acesso em: 4 jul. 2022.
OYEÙMÍ, Oyèrónké. “Conceituando o gênero: os fundamentos eurocêntricos dos conceitos feministas e o desafio das epistemologias africanas”. In: HOLLANDA, H.B. (Org.) Pensamento Feminista: Perspectivas Decoloniais. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2020.
SCOTT, Joan. “Gênero: uma categoria útil de análise histórica”. In: HOLLANDA, H.B. (Org.) Pensamento Feminista: Conceitos fundamentais. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2019, p.49-80.
STOLCKE, Verena. “Sexo está para gênero assim como raça para etnicidade?”. Estudos Afro-Asiáticos, n. 20, 1991.
VARGAS, H. M. Sem perder a majestade: “profissões imperiais” no Brasil. Estudos de Sociologia, [S. l.], v. 15, n. 28, 2010. Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/estudos/article/view/2553. Acesso em: 4 jul. 2022.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Maria Eduarda Martins Mendes Cordeiro
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.