A resiliência em mulheres de um bairro popular de salvador, bahia: recursos pessoais e contextuais
DOI:
https://doi.org/10.7322/jhgd.19770Palavras-chave:
Resiliência, Contexto, Apego, Desenvolvimento, FamíliaResumo
Este é um estudo qualitativo e exploratório que visou caracterizar os recursos pessoais e contextuais utilizados ante abandono, violência em relação a si mesma e aos seus filhos, desemprego e doenças, por mulheres consideradas "resilientes" por apresentarem habilidade de superar de forma socialmente positiva as adversidades. Procurou identificar como tais mulheres, quando crianças e adolescentes, perceberam e exploraram seu entorno quanto ao seu funcionamento e às oportunidades por ele oferecidas, e que recursos pessoais e contextuais utilizaram. Foram escolhidas cinco participantes de um grupo de "Conversa de Família", realizado em um Centro Educativo, no Subúrbio Ferroviário da cidade de Salvador, Bahia. Foi realizada uma entrevista semi-estruturada quanto à história de vida e à rede sociométrica. A análise foi ancorada em uma perspectiva ecológica do desenvolvimento humano, que considera a pessoa em contexto e processos desenvolvimentais no tempo e na abordagem psicodramática. Os resultados do estudo indicaram uma "resiliência de sobrevivência" alicerçada sobre o próprio desempenho, em que as dificuldades se tornaram meios para o seu sucesso como pessoa. Mostrou a presença de figuras, reais ou imaginárias, e a importância de terem tido uma rede relacional, dentro e/ou fora da família, e de terem podido transitar pela mesma, posto que essas formas de relacionamento irão servir de base para relacionamentos futuros. Alguns traços comuns sobressaíram: confiança em si mesmas e em sua capacidade de encontrar caminhos viáveis, persistência, boa imagem de si próprias, não ter ressentimento e manter o humor. As redes de apoio estavam presentes em todas as histórias, possibilitando a sobrevivência da família de origem, posteriormente a sua e, quando adultas, elas próprias sendo a rede para os seus filhos, netos, afilhados, vizinhos.Downloads
Referências
Vanistendael S. Resiliência: como crescer superando os percalços. Trad. José Claret Leite Cintra. Genebra: Escritório Internacional Católico da Infância; 1997.
Bowlby J. Uma abordagem de sistemas de controle para o comportamento de apego. In: Bowlby J. Apego. 2a ed. São Paulo: Martins Fontes; 2002.p. 291-319. v. I (Trilogia: Apego, Separação e Perda).
Rutter M, Rutter M. Developing minds: challenge and continuity across the life span. London: Penguin Books; 1992.
Vasconcellos V, Valsiner J. Perspectiva co-construtivista na psicologia e na educação. Porto Alegre: Artes Médicas; 1995.
Bowlby J. Por que as famílias fracassam? In: Bowlby J. Cuidados maternos e saúde mental. São Paulo: Martins Fonte; 1981. p. 79-91.
Moreno J L. Teoria e prática dos papéis. In: Instituto Fernandes Figueira Moreno JL. Psicodrama. 2. ed. São Paulo: Cultrix; 1975. p. 206-30.
Bronfenbrenner U. Elementos do ambiente. In: Bronfenbrenner U. A ecologia do desenvolvimento humano: experimentos naturais e planejados. Tradução de Maria Adriana Veríssimo Veronese. Porto Alegre: Artes Médicas; 1996. p. 37-83.
Seligman MEP. Aprenda a ser otimista. Tradução de Alberto Lopes. Rio de Janeiro: Record; 1992.
Lewis M. Alterando o destino: por que o passado não prediz o futuro. Tradução de Dinah de Abreu Azevedo. São Paulo: Moderna; 1999.
Masten AS, Garmezy N. Risk, vulnerability, and protective factors in developmental psychopathology. In: Lahey BB, Kasdin AE (organizadores). Advances in clinical child psychology. vol. 8. New York: Plenum Press; 1985.
Kaloustian S M. (organizador). Família brasileira a base de tudo. 2a ed. São Paulo: Cortez; 1994.
Yunes MAM, Szymanski H. Resiliência: noção, conceitos afins e considerações críticas. In: Tavares J (organizador). Resiliência e educação. São Paulo: Cortez; 2001. p. 13-42.
Walsh F. Strengthening family resilience. New York: The Guilford Press; 1998.
Alvarez AmdS, Moraes MCLd, Rabinovich EP. Resiliência: um estudo com brasileiros institucionalizados. Rev Bras Cresc Desenv Hum 1998; 8(1/2): 70-5.
Bastos ACS. A estruturação cultural da família como contexto de desenvolvimento e a promoção da responsabilidade na criança. In: Bastos AcdS. Modos de partilhar: a criança e o cotidiano da família. Taubaté: Cabral Editora Universitária; 2001. p. 67-117.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
CODE OF CONDUCT FOR JOURNAL PUBLISHERS
Publishers who are Committee on Publication Ethics members and who support COPE membership for journal editors should:
- Follow this code, and encourage the editors they work with to follow the COPE Code of Conduct for Journal Edi- tors (http://publicationethics.org/files/u2/New_Code.pdf)
- Ensure the editors and journals they work with are aware of what their membership of COPE provides and en- tails
- Provide reasonable practical support to editors so that they can follow the COPE Code of Conduct for Journal Editors (http://publicationethics.org/files/u2/New_Code.pdf_)
Publishers should:
- Define the relationship between publisher, editor and other parties in a contract
- Respect privacy (for example, for research participants, for authors, for peer reviewers)
- Protect intellectual property and copyright
- Foster editorial independence
Publishers should work with journal editors to:
- Set journal policies appropriately and aim to meet those policies, particularly with respect to:
– Editorial independence
– Research ethics, including confidentiality, consent, and the special requirements for human and animal research
– Authorship
– Transparency and integrity (for example, conflicts of interest, research funding, reporting standards
– Peer review and the role of the editorial team beyond that of the journal editor
– Appeals and complaints
- Communicate journal policies (for example, to authors, readers, peer reviewers)
- Review journal policies periodically, particularly with respect to new recommendations from the COPE
- Code of Conduct for Editors and the COPE Best Practice Guidelines
- Maintain the integrity of the academic record
- Assist the parties (for example, institutions, grant funders, governing bodies) responsible for the investigation of suspected research and publication misconduct and, where possible, facilitate in the resolution of these cases
- Publish corrections, clarifications, and retractions
- Publish content on a timely basis