Saúde: um dever do estado ou um assunto de família? análise da experiência de famílias de um bairro popular junto ao sistema de saúde
DOI:
https://doi.org/10.7322/jhgd.19787Palavras-chave:
Práticas de cuidado à saúde, Sistemas terapêuticos, FamíliaResumo
De que forma uma família utiliza os recursos de que dispõe no enfrentamento de circunstâncias relacionadas ao processo saúde-doença? A literatura sugere que o indivíduo submetido a condições adversas usa várias alternativas de superação de agravos: esgotando competências individuais, adota alternativas envolvendo uma rede de apoio social leiga e em seguida a prescrições dos profissionais supostamente competentes. Foram analisadas descrições das formas de enfrentamento de eventos ligados à saúde e doença na vida cotidiana, reconstituindo-se assim a experiência da família ao se relacionar com o sistema profissional de saúde. Os resultados sugerem: (a) a presença de um padrão de comportamentos e idéias gerenciando o uso do sistema profissional de saúde; (b) a adoção de sistemas terapêuticos paralelos, na dependência de uma avaliação contínua dos resultados obtidos, sendo o sistema formal um dos últimos recursos escolhidos, exceto frente a problemas acidentais ou crônicos; (c) a adequação das prescrições médicas às reais condições de vida da família; (d) a re-significação do sofrimento que minore a angústia e propicie o agir; (e) a presença de conflitos na interface família-sistema de saúde, na medida em que estão envolvidos diferentes recursos e sistemas de crenças e práticas.Downloads
Referências
Bastos ACS. Modos de partilhar: a criança e o cotidiano da família. Taubaté: Cabral Editora Universitária; 2001.
Sarti CA. A família como espelho. São Paulo: Cortez; 2001.
Sarti CA. Famílias enredadas. In: Acosta AR, Vitale MAF, organizadores. Família: redes, laços e políticas públicas. São Paulo: Cortez: PUC-SP;2005. p. 21-36.
Saraceno C. The concept of family strategy and its application to the family-work complex: some theoretical and methodological problems. In: Boh K, Sgretta G, Sussman MB. editors. Cross-cultural perspectives on families, work and change. Binghamton (NY): Haworth Press; London: EUROSPAN-Haworth; 1989. p. 1-18.
Costa M, Lopez E. Salud comunitária. Barcelona: Martinez Roca; 1986.
Cicchelli-Pugeault C, Cicchelli V. Las teorias sociológicas de la familia. Buenos Aires: Nueva Visión; 1998.
Valsiner J. Niches of cultural embedded ness. In: Valsiner J. Comparative study of human cultural development. Madrid: Fundación Infancia y aprendizaje; 2001. p. 75-97.
Goodnow JJ. Differentiating among social contexts: by spatial features, forms of participation, and social contracts. In: Moen P,Elder Jr GH, Lüscher K, editors. Examining lives in context: perspectives on the ecology of human development. Washington (DC): American Psychological Association; 1995. p.269-302.
Massé R. Culture et santé publique. Montréal: Gaëtan Morin; 1995.
Elder Jr GH. Family transitions, cycles and social change. In: Cowan P, Hetherington M, editors. Family transitions. Hillsdale (NJ): Lawrence Erlbaum; 2001. p. 31-57.
Bastos ACS, Trad LAB. A família enquanto contexto de desenvolvimento humano: implicações para a investigação em saúde. Ciênc Saúde Coletiva. 1998;2(3):106-15.
Coyne JC, Downey G. Social factors and psychopathology: stress, social support and coping processes. Annu Rev Psychol.1991;42:401-25.
Luthar SS, Zigler E. Vulnerability and competence: a review of research on resilience in childhood. Am J Orthopsychiatric.1991;61(1):6-22.
Cowan PA. Individual and family life transitions: a proposal for a new definition. In: Cowan PA, Hetherington EM, editors. Family transitions. Hilldale (NJ): Lawrence Erlbaum;1991. p. 3-30.
Kleinman A. Concepts and a model for thecomparison of medical systems as cultural systems. In: Currer C, Stacey M, editors. Concepts of health, illness and disease: a comparative perspective. Lexington: Berg; 1986.p. 29-47.
Ferreira J. O corpo sígnico. In: Alves PC, Minayo MCS, organizadores. Saúde e doença: um olhar antropológico. Rio de Janeiro: Fiocruz; 1994. p. 101-12.
Helman CG. Cultura, saúde e doença. Porto Alegre: Artes Médicas; 1994.
Atkinson SJ. Anthropology in research on the quality of health services. Cad Saúde Pública.1993;9(3):283-99.
Williams B. Patient satisfaction: a validconcept? Soc Sci Med. 1994;38(4):509-16.
Gattinara BC, Ibacache J, Puente CT, Giaconi J, Caprara A. Percepción de la comunidad acercade la calidad de los servicios de salud en los Distritos Norte e Ichilo, Bolivia. Cad Saúde Pública. 1995;11(3):425-38.
Stallard P, Lenton S. How satisfied are parents of pre-school children who have special needs with the services they have received?: a consumer survey. Child Care Health Dev.1992;18(4):197-205.
Trad LAB, Bastos ACS, Santana EM, Nunes MO. Estudo etnográfico da satisfação do usuário do Programa de Saúde da Família (PSF) na Bahia. Ciênc Saúde Coletiva. 2002;7(3):581-89.
Boltanski L. As classes sociais e o corpo. 4ª ed. Rio de Janeiro: Graal; 2004.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
CODE OF CONDUCT FOR JOURNAL PUBLISHERS
Publishers who are Committee on Publication Ethics members and who support COPE membership for journal editors should:
- Follow this code, and encourage the editors they work with to follow the COPE Code of Conduct for Journal Edi- tors (http://publicationethics.org/files/u2/New_Code.pdf)
- Ensure the editors and journals they work with are aware of what their membership of COPE provides and en- tails
- Provide reasonable practical support to editors so that they can follow the COPE Code of Conduct for Journal Editors (http://publicationethics.org/files/u2/New_Code.pdf_)
Publishers should:
- Define the relationship between publisher, editor and other parties in a contract
- Respect privacy (for example, for research participants, for authors, for peer reviewers)
- Protect intellectual property and copyright
- Foster editorial independence
Publishers should work with journal editors to:
- Set journal policies appropriately and aim to meet those policies, particularly with respect to:
– Editorial independence
– Research ethics, including confidentiality, consent, and the special requirements for human and animal research
– Authorship
– Transparency and integrity (for example, conflicts of interest, research funding, reporting standards
– Peer review and the role of the editorial team beyond that of the journal editor
– Appeals and complaints
- Communicate journal policies (for example, to authors, readers, peer reviewers)
- Review journal policies periodically, particularly with respect to new recommendations from the COPE
- Code of Conduct for Editors and the COPE Best Practice Guidelines
- Maintain the integrity of the academic record
- Assist the parties (for example, institutions, grant funders, governing bodies) responsible for the investigation of suspected research and publication misconduct and, where possible, facilitate in the resolution of these cases
- Publish corrections, clarifications, and retractions
- Publish content on a timely basis