Consciência reflexiva, tempo presente, cidade futura: sobre A rosa do povo, de Carlos Drummond de Andrade

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2237-1184.v0i34p134-146

Palavras-chave:

Carlos Drummond de Andrade, A rosa do povo, Autoconsciência crítica, Tempo histórico

Resumo

Tomando como ponto de partida alguns núcleos temáticos identificados pela crítica na obra drummondiana, busca-se discutir o entrelaçamento dos temas do indivíduo e do tempo histórico, visando a apreender a configuração da subjetividade em poemas de A rosa do povo. Assim, o anseio de autoaniquilamento do indivíduo burguês será entendido em sua conexão com a crítica do presente e a expectativa de um futuro redimido, observando-se a posição de classe do sujeito, bem como o caráter histórico e os limites dessa conjunção. No primeiro Drummond domina a tonalidade irônica e humorística, de modo que o sujeito se desdobra e se hipertrofia para consolar as dores de seu eu apequenado, ao passo que, aqui, o consolo ao indivíduo enredado nos impasses políticos do presente parece surgir da promessa iminente de um mundo emancipado. No entanto, a obra subsequente de Drummond mostrará os limites da expectativa futura figurada em A rosa do povo, que não tardaria a defrontar sua frustração histórica.

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Biografia do Autor

  • Edu Teruki Otsuka, Universidade de São Paulo

    É professor doutor do Departamento de Teoria Literária e Literatura Comparada da Universidade de São Paulo. É autor de marcas da catástrofe: experiência urbana e indústria cultural em Rubem Fonseca, João Gilberto Noll e Chico Buarque (2001) e de Era no tempo do rei: atualidades das Memórias de um sargento de milícias (2016).

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Publicado

2021-11-21

Edição

Seção

Drummond em foco: múltiplas leituras

Como Citar

Otsuka, E. T. (2021). Consciência reflexiva, tempo presente, cidade futura: sobre A rosa do povo, de Carlos Drummond de Andrade. Literatura E Sociedade, 26(34), 134-146. https://doi.org/10.11606/issn.2237-1184.v0i34p134-146