Subjetividade e delimitações: o ensaio e sua poética em Samuel Beckett

Autores

  • Lucas Margarit Universidade de Buenos Aires
  • Fábio Universidade de São Paulo Tradutor

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2237-1184.v0i39p30-55

Palavras-chave:

Disjecta, leitura, metatextualidade, poética, Unwort

Resumo

A obra ensaística de Samuel Beckett foi publicada por Ruby Cohn como um conjunto de textos sobre diferentes temas relacionados à criação, com múltiplos objetos de estudo e, inclusive, distintos interesses. Esta variedade implicará uma mutabilidade ou uma ruptura com a possibilidade de estabelecer um sistema ideológico firme e estático, o que nos sugere também uma poética da instabilidade. A compilação desta série de textos de caráter reflexivo, crítico e com traços que poderíamos demarcar no gênero “ensaio” apresenta-se a partir de uma classificação o tema tica, na qual o gênero passa ao segundo plano: nela encontraremos cartas, resenhas, ensaios, um fragmento dramático, uma série de diálogos sobre pintores ou fragmentos de narrativa. As questões levantadas nestes textos são as que marcam a atitude do escritor frente ao objeto escolhido, conformando uma poética que podemos enxergar tanto nos seus textos dramáticos, como nos narrativos e poéticos. Uma atitude que corresponde, neste caso, a um homem de letras que põe em evidência suas dúvidas a partir de pontos de vista diversos sobre a literatura e sua própria escrita.

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Biografia do Autor

  • Lucas Margarit, Universidade de Buenos Aires

    Lucas Margarit é Doutor em Letras pela Universidade de Buenos Aires, sua tese trata da poesia de Samuel Beckett; realizou seu pós-doutorado sobre a tradução e autotradução na poesia deste mesmo autor. Ex-bolsista do British Council, UBA Doutorado, FNA. É poeta, professor e investigador na Cátedra de Literatura Inglesa, UBA. Colaborou com numerosas publicações e ofereceu cursos, seminários e conferências tanto na Argentina como no exterior. Seus últimos livros de poesia são o Telesio. Brevíssimo tratado sobre el asombro e Vestigios de lo que se puede ver. Entre seus títulos ensaísticos, destacam-se Samuel Beckett. Las huellas en el vacío, Leer a Shakespeare: notas sobre la ambigüedad e El monólogo mudo. En torno a la obra de Samuel Beckett (Editorial Atuel). Traduziu e editou obras de William Shakespeare, Sir Philip Sidney, Margaret Cavendish, Henry Neville, W. H. Auden, Samuel Beckett, entre outros. Com o grupo de pesquisa que dirige na UBA publicou três tomos de textos utópicos ingleses (dois volumes com textos do século XVII e um terceiro com Utopias do século XVIII) e Poéticas Inglesas do Renascimento. É membro da Samuel Beckett Society, da Associação Argentina de Teatro Comparado e da AINCRIT. Seus poemas foram traduzidos para o inglês, o português, o catalão e o italiano, e estão sendo traduzidos para o norueguês.

  • Fábio, Universidade de São Paulo

    Fábio de Souza Andrade é professor titular de Teoria Literária na USP, autor de O Engenheiro Noturno: a Lírica Final de Jorge de Lima (Edusp, 1997) e Samuel Beckett: o Silêncio Possível (Ateliê, 2001), entre outros. Crítico literário e ensaísta, colaborou com o Jornal da Tarde, O Estado de S. Paulo e foi colunista da Folha de S.Paulo. Tradutor da obra do dramaturgo irlandês, lidera, com Ana Helena Souza, o 
    Grupo de Pesquisa Samuel Beckett (USP/CNPq).

Referências

Beckett, Samuel, Disjecta, London: Calder, 1983, p.171.

Barth, John, “Literatura del agotamiento” em Alazraki, Jaime (ed.) Jorge Luis Borges, Madrid: Taurus, 1976, p.170 y ss.

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Publicado

2024-07-09

Como Citar

Margarit, L. (2024). Subjetividade e delimitações: o ensaio e sua poética em Samuel Beckett (F. de S. Andrade , Trad.). Literatura E Sociedade, 30(39), 30-55. https://doi.org/10.11606/issn.2237-1184.v0i39p30-55