O poeta, o escultor e a crítica: Murilo Mendes e Giacometti
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2237-1184.v0i16p70-81Palavras-chave:
Murilo Mendes, Giacometti, crítica de arte, ensaio, imagem/ metáfora, negatividade, esculturaResumo
No seu estudo sobre “Alberto Giacometti”, publicado em Retratos-Relâmpago, Murilo Mendes ilumina a obra do escultor suíço por meio de um texto que, afastando-se dos parâmetros da crítica de arte tradicional, volta-se à forma tateante e fragmentária do ensaio. Baseando-se no sentido extraído do encontro de realidades díspares e não afeitas ao mundo da arte, Murilo entrelaça seu pensamento aos procedimentos da imagem – tornando a reflexão crítica dependente do uso e expansão da metáfora. Por essa via, o sentido que o crítico-poeta extrai da obra do escultor suíço tem raiz na configuração em negativo das esculturas (elas seriam negação do espaço antes que espaço), com implicações tanto formais quanto histórico-sociais
(a exiguidade da matéria e sua relação com uma dada violência, o risco de anonimato, os limites da “téssera de identidade humana” na década de 1950).