Uma resposta aos novos paradigmas, novos desafios intermidiáticos e multimodais: A Crítica Genética Inclusiva
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2596-2477.i38p34-52Palavras-chave:
Crítica Genética Inclusiva, processos multimidiáticos e multimodais, audiolivrosResumo
Os estudos dos processos de criação têm se desenvolvido especialmente a partir do século passado, enriquecidos pelos avanços tecnológicos e pelo surgimento de novos paradigmas a serem seguidos. Tem-se, então, o leitor imersivo do cyberespaço, que navega pelo ambiente virtual onde circulam textos multimidiáticos e multimodais (ELLESTRÖM, 2010), um espaço promissor para dar acesso a produtos artísticos diversos via rede (SANTAELLA, 2016). É nesse contexto virtual que navega o cyber leitor, que se beneficia com os processos de traduções e compartilhamento de saberes diversos; assim, ele tem acesso à arte, em particular à literatura, inclusive, os que possuem alguma deficiência auditiva, visual, intelectual ou de outra ordem. Assim, a questão da inclusão dá o tom a uma Crítica Genética Inclusiva, que se justifica pelo desafio de atender a políticas sociais relevantes para a sociedade, hoje. Como os índices desses processos vão sendo armazenados, ao longo do percurso, e dialogam entre si como uma trama semiótica significativa (PARENTE, 2004; SALLES, 2008), constituindo ricos dossiês genéticos digitais (BIASI, 2010; CRASSON, 2014) são questões que merecem análises cuidadosas. Neste artigo, daremos visibilidade às modalidades de Crítica Genética Inclusiva que têm sido praticadas por geneticistas, com um foco particular para a construção de audiolivros.Downloads
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