Processo de Criação e Gênese Imaterial da Poesia de Luiz Bacellar
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2596-2477.i42p209-218Palavras-chave:
Poesia brasileira, Poéticas orais, Crítica genética, Luiz BacellarResumo
Este texto expõe conclusões obtidas durante a realização de um “Estudo sobre uma poética da repetição: Frauta de barro, de Luiz Bacellar” (1928-2012), poeta amazonense integrante do mais importante movimento cultural do Amazonas no século XX, o Clube da Madrugada. Neste estudo, buscamos compreender que sentidos haveria no gesto de reedição de sua principal obra (Frauta de barro), sempre em diferença, dado que ela teve sete edições, todas com variações significativas. Durante o estudo, levantamos aspectos que estruturam a obra de Bacellar, como suas fontes literárias e artísticas, os estilos poéticos revisitados nos poemas e os conteúdos da cultura popular que circularam dos espaços públicos (e populares) de enunciação para a obra. É curioso que, mesmo com tantas fontes verificadas como estruturantes de Frauta de barro, seu autor não tenha deixado vestígios da criação – entendidos em termos documentais: prototextos, manuscritos, rascunhos, esboços etc. Porém, defenderemos a ideia de que, para uma obra nessas circunstâncias, os bastidores da criação devem ser rastreados para além dos documentos de processo habituais. Assim, elencaremos as fontes que nossos estudos encontraram no campo da produção cultural de natureza popular que serviram como base da composição de Frauta de barro (“causos” populares, cordel, espaços e práticas comunitárias etc.). Em seguida, ponderaremos o grau de inserção e as relações que esses conteúdos passaram a ter para a compreensão da obra e para seu processo de criação.
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