Colaboração como ato de “aprender de e com” o outro
tendência do trajeto de construção de um projeto educativo por Paulo Freire em Cartas à Guiné-Bissau
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2596-2477.i41p54-65Palavras-chave:
processos de criação em grupo, Colaboração, práticas comunicativas, Educação, Paulo FreireResumo
O artigo apresenta análise sobre um corpus de dezessete cartas publicadas por Paulo Freire no livro Cartas à Guiné-Bissau: registros de uma experiência em processo, de 1977. O objetivo do presente estudo é evidenciar como a ideia de “aprender de e com” o outro direcionou a criação de um projeto de alfabetização para adultos no citado país africano, atuando como uma tendência do movimento do gesto criador do educador, como integrante e líder de uma equipe. Para tanto, a escrita do artigo é norteada pelo conceito de “trajeto com tendência”, desenvolvido por Cecília Almeida Salles (1998), que diz respeito a um rumo vago que norteia processos de criação. Ao mesmo tempo, é discutido o conceito de colaboração implícito na prática de Paulo Freire com o auxílio das pesquisas sobre processos de criação em grupo de Salles (2017) e as leituras de Coelho (2011) e Berino (2017) sobre comunicação e estética na produção deste educador. O estudo das cartas explicitou um forte diálogo de Cartas à Guiné-Bissau com a obra Pedagogia do Oprimido e revelou a noção de colaboração como prática fundada na comunicação.
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