O arquivo como espaço topológico: contribuições críticas de uma categoria para pensar um arquivo literário digital
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2596-2477.i48p165-179Palavras-chave:
Arquivos de escritores, Arquivo digital, Espaço topológico, Genética textual, LiteraturaResumo
O Arquivo Digital Julio Cortázar, estabelecido no CRLA-Archives (Universidade de Poitiers, França) gera uma necessidade de reflexão conceitual para sua descrição e organização, dadas as novas opções de acesso e consulta no formato digital.
A recepção em 2019 de uma grande doação de materiais por Gladis Anchieri-Yurkievich, que foi o primeiro criador do Fundo Julio Cortázar, implicou um desafio teórico, pois constitui um conjunto ou série que se situa “em paralelo” e em conexão com o universo temático vinculado a Cortázar, para o qual nos interessa interrogar os “lugares de leitura” e a integração entre acervos. Para isso, definiremos o “espaço topológico” como uma categoria reflexiva que permite descrever esses diálogos, já que sua noção básica atende à análise das propriedades das figuras em um espaço como o arquivo. Essa noção nasce da contribuição da matemática e foi utilizada por autores como Michel Foucault, Iuri Lotman, Fredric Jameson e Boris Groys.
Decidimos demonstrar em que sentido a adotamos como chave epistemológica que inclui a incorporação das noções de convergência e conexão topológica por serem descritivas da relação entre os documentos que um usuário encontra em sua busca. Pensamos que poderiam ser descritos deslocamentos de leitura, buscas multidimensionais, em uma trama que forma novas figuras, potencializadas pelas possibilidades oferecidas pela virtualidade informática.
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