O paradoxo semiótico da improbabilidade da comunicação

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1982-8160.v17i2p11-23

Palavras-chave:

Comunicação (impossibilidade de), Congruência comunicativa, Niklas Luhmann, Teoria do código, Pós-estruturalismo, Charles S. Pierce

Resumo

O artigo interpreta o teorema da “improbabilidade da comunicação” de Niklas Luhmann como um argumento contra o ideal de uma congruência perfeita entre as mentes comunicantes, cujos precursores mais moderados são: (1) a teoria de Thomas Hobbes da comunicação enganosa, (2) as implicações da exclusão na etimologia da palavra comunicação, (3) as objeções da teoria do código de J. Lotman contra a ideia de comunicação com base em um código comum, (4) teorias cognitivas sobre os impedimentos à comunicação baseadas na suposição de que as mentes são caixas-pretas, (5) a teoria da comunicação de C. S. Peirce e (6) as visões pós-estruturalistas e desconstrutivistas sobre a impossibilidade de congruência na comunicação (Foucault, Derrida).

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Biografia do Autor

  • Winfried Nöth, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

    Doutor e Livre-docente em Linguística e Semiótica pela Ruhr-Universität Bochum, Alemanha. Diretor do Centro de Pesquisa em Cultura da Universidade de Kassel até 2009. Desde 2010, Professor do Programa de Estudos pós-graduados em Tecnologia da Inteligência e Design Digital da PUC-SP.

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Publicado

2023-08-31

Edição

Seção

Dossiê

Como Citar

Nöth, W. (2023). O paradoxo semiótico da improbabilidade da comunicação. MATRIZes, 17(2), 11-23. https://doi.org/10.11606/issn.1982-8160.v17i2p11-23