As tiras de aventura como gênero textual: características e particularidades
DOI:
https://doi.org/10.11606/2316-9877.Dossie.2024.e230359Palavras-chave:
Estrutura Potencial do Gênero, EPG, Gêneros textuais, Homem-Aranha (personagem), Tira de aventuraResumo
Os gêneros importam; são uma resposta otimizada a demandas de comunicação cotidiana e institucionalizadas, o que nos faz agilizar processos de leitura e escrita de textos orais, escritos e multimodais (Bezerra, 2022). Logo, a presente pesquisa objetiva configurar gêneros, no caso a tira de aventura. Pautados no aporte teórico-metodológico sistêmico-funcional de Hasan (1989), analisamos 20 tiras de aventura do Homem-Aranha, escolhidas aleatoriamente, a fim de entendê-las como um gênero próprio através da configuração de sua Estrutura Potencial (EPG). Concluímos, que diante da Configuração Contextual (CC) particular (campo: narração de aventura; relações: autor (desenhistas) e leitores; modo: texto multimodal), o gênero se configura com a seguinte Estrutura Potencial: (a) elementos obrigatórios Formato Retangular; Assinatura Autoral, Identificação Bibliográfica, Estrutura Narrativa (sem desfecho cômico), Tempo, Espaço, transição de quadros ação-pra-ação, Personagem, Cor, Data e Licença de Publicação; (b) elementos opcionais Onomatopeia e Título da Aventura; (c) elementos iterativos Legenda; Balão, Linhas e traços, Requadro e Sarjeta. A tira de aventura ao se configurar por elementos obrigatórios particulares, portanto, configura-se como um gênero próprio, diferente da tira cômica, cômica-seriada, livre, autobiográfica e de homenagem.
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