Quadrinhos autobiográficos brasileiros evoluem entre as brechas do mercado editorial
DOI:
https://doi.org/10.11606/2316-9877.Dossie.2024.e230403Palavras-chave:
História em Quadrinhos, Quadrinhos Autobiográficos, Mercado Editorial, Autopublicação, Racismo EstruturalResumo
Discute os resultados observados a partir de pesquisa bibliográfica e documental envolvendo o cenário étnico-racial dos quadrinhos autorais brasileiros, com ênfase nos quadrinhos autobiográficos. Analisou editoras e eventos no Brasil, a fim de exemplificar as consequências do racismo estrutural no mercado editorial de quadrinhos do país. Os dados obtidos tendem a representar reflexos do processo de colonização do Brasil. Nesse contexto, algumas questões são passíveis de reflexão crítica. Primeiramente, as análises de dados do mercado editorial destacam a falta de diversidade étnica nas editoras nacionais de quadrinhos em comparação aos dados demográficos oficiais do Brasil. Além disso, esses dados sobre o mercado editorial indicam que a maior editora do país não estaria apoiando os artistas nacionais. Da mesma forma, também não estaria contribuindo para uma conexão com outros autores de países latino-americanos. Ainda se pode deduzir que os esforços editoriais priorizaram a publicação de quadrinhos estrangeiros que já são aclamados na indústria internacional de histórias em quadrinhos. Diante desse cenário, a autopublicação, o acesso a eventos de histórias em quadrinhos e as novas, porém pequenas, editoras brasileiras foram percebidas como alguns dos espaços estreitos responsáveis pelo desenvolvimento dessa mídia na indústria nacional após a ditadura militar, período em que diminuiu bastante a publicação de quadrinhos autorais no Brasil.
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