Élémir Bourges e o cânone decadentista e simbolista na literatura francesa

Autores

  • Sidney Barbosa Universidade de Brasília. Instituto de Letras. Departamento de Teoria Literária e Literaturas
  • Rosária Cristina Costa Ribeiro Universidade Federal de Alagoas. Faculdade de Letras

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2316-3976.v5i10p100-114

Palavras-chave:

Decadentismo, Simbolismo, Cânone literário francês, Élémir Bourges

Resumo

O artigo intenta fazer uma reflexão sobre as condições instáveis e frouxas com que se sustentam os cânones artísticos de várias modalidades, de lugares e épocas diferentes e de contextos políticos, culturais, históricos e estéticos distintos. Apregoa que essa instabilidade é devida mais a essas situações externas às obras do que às suas realidades internas. Por fim, após refletir sobre as características gerais do Simbolismo francês, apresenta o caso do escritor Élémir Bourges, autor que apresenta recentemente sinais de inserção no cânone simbolista-decadentista francês. Este fato é devido, talvez, à complexidade de sua obra que vai desde o gênero romance histórico, típico da prosa romântica, como ocorre, por exemplo, no seu romance Sous La Hache, até seu drama mítico, materializado em La Nef, passando pelo romance Le Crépuscule des dieux. Deste modo, pode-se afirmar que se Bourges caiu nas graças da crítica sua contemporânea, no entanto falhou em atingir o público.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Sidney Barbosa, Universidade de Brasília. Instituto de Letras. Departamento de Teoria Literária e Literaturas

    Licenciou-se em Letras (1975) em Português-Francês, pela Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Franca (SP), faculdade estadual que se tornou depois uma Unidade da UNESP. Possui Especialização no Ensino de Língua Francesa (1977) e Maîtrise en Lettres Modernes (1982), ambas pela Université de Poitiers, Doutorado em Língua e Literatura Francesa (1990), pela Universidade de São Paulo e Livre-Docência em Teoria e Crítica do Romance (2005), pela Faculdade de Ciências e Letras da UNESP, Campus de Araraquara. Realizou estágio de pós-doutorado (1998-1999) na Université de Paris VIII - Vincennes-Saint Denis e foi ?professeur invité? na Université de La Rochelle, no ano letivo 1999-2000, ocasião em que lecionou as disciplinas Português do Brasil e Cultura luso-brasileira. Foi professor de Língua e Literatura Francesa da UNESP, de 1979 a 2009, instituição em que se aposentou neste posto. Atualmente é professor adjunto III, efetivo, de Literatura Francesa do Departamento de Teoria Literária e Literaturas - TEL - da Universidade de Brasília.

  • Rosária Cristina Costa Ribeiro, Universidade Federal de Alagoas. Faculdade de Letras

    Graduação em Letras Português/Francês, pela FCL UNESP - Araraquara, mestre em Estudos Literários da FCL de Araraquara, intitulada O papel da espacialidade em Quatrevingt-treize de Victor Hugo, e, Doutora no mesmo programa com a tese O Romance histórico francês no século XIX: HUGO, ÉLÉMIR E BALZAC. Atualmente, é professora Adjunta no Setor de Língua Francesa da Faculdade de Letras, Fale, na Universidade Federal de Alagoas - UFAL.

Referências

BLOOM, Harold. O cânone Ocidental: os livros e a escola do tempo. Tradução Marcos Santarrita. Rio de Janeiro: Objetiva, 1995.

BOSI, Alfredo. "Ler com a alma: entrevista com o crítico literário Alfredo Bosi". In: Rascunho, Jornal Literário. Gazeta do povo, Curitiba (PR), abril de 2013. http://rascunho.com.br/ler-com-a-alma/ .

Acesso em: 05/07/2013.

BOURGES, Elémir. Sous la hache. Paris: Klincksieck, 2003.

CASANOVA, Pascale. A república mundial das Letras. Tradução Marina Appenzeller . São Paulo: Estação Liberdade, 2002.

COMPAGNON, Antoine. “Elemir Bourges (1852-1925)”. In: Encyclopaedia Universalis. Disponivel em: http://www.universalis.fr/encyclopedie/elemir-bourges/, Acesso em: 17/01/2012, 11:49. p. 1-2.

FERGUSON, Priscila Parkhurst. La France: nation littéraire. Paris: Les Éditions Labor, 1991.

LEBOIS, André. Villiers de l’Isle-Adam: les tendences du Symbolisme à travers l’oeuvre d’Elémir Bourges. Paris: Le Cercle du livre, 1952.

MERCIER, Michel. “Préface”. In: BOURGES, Elémir. Sous la hache. Paris: Klincksieck, 2003. (p. VII-XXIV).

PRADO, Márcio Roberto do. BARBOSA, Sidney. O Simbolismo e seu teatro. In: MORETTO, Fúlvia M. L (Org.); BARBOSA, Sidney (Orgs.). Aspectos do teatro ocidental. São Paulo: Ed. UNESP, 2006.

RIBEIRO, Rosária Cristina Costa. A espacialidade no romance histórico francês do século XIX: Balzac, Hugo e Élémir. Tese de doutoramento (Estudos Literários). Faculdade de Ciências e Letras da UNESP, Campus de Araraquara (SP), 2013.

SCHWAB, R. «Le premier roman d’ Elemir Bourges», Paris: Revue de Paris, 1928. p. 246.

SIMBOLISMO E DECADENTISMO. In: http://alfarrabio.di.uminho.pt/ Acesso em: 15/05/2012

TROUSSON, Raymond. Introduction: Elémir Bourges. Le roman noir de la Révolution. Paris: Nathan, 1997.

WIESLAW, Mateusz Malinowski. Le roman symboliste: Bourges, Villiers de l’Isle-Adam, Dujardin, Gourmont, Rodenbach. Pozan (Polônia): Presses Universitaires, 2003.

Downloads

Publicado

2017-04-11

Edição

v. 5 n. 10 (2016): O MOVIMENTO SIMBOLISTA NA LITERATURA E NAS ARTES

Seção

DOSSIÊ

Licença

Ao enviar o material para publicação, o(s) autor(es) declara(m) automaticamente que o trabalho é de sua(s) autoria(s), assumindo total responsabilidade perante a lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998, no caso de plágio ou difamação, obrigando-se a responder pela originalidade do trabalho, inclusive por citações, transcrições, uso de nomes de pessoas e lugares, referências histórias e bibliográficas e tudo o mais que tiver sido incorporado ao seu texto, eximindo, desde já a equipe da Revista Non Plus, bem como os organismos editoriais a ela vinculados. O(s) autor(s) permanece(m) sendo o(s) detentor(es) dos direitos autorais de seu(s) texto(s), mas autoriza(m) a equipe da Revista Non Plusa revisar, editar e publicar o texto, podendo esta sugerir alterações sempre que necessário.

O autor(s) declara(m) que sobre o seu texto não recai ônus de qualquer espécie, assim como a inexistência de contratos editoriais vigentes que impeçam sua publicação na Revista Non Plus, responsabilizando-se por reivindicações futuras e eventuais perdas e danos. Os originais enviados devem ser inéditos e não devem ser submetidos à outra(s) revista(s) durante o processo de avaliação.

Em casos de coautoria com respectivos orientadores e outros, faz-se necessária uma declaração do coautor autorizando a publicação do texto.

Entende-se, portanto, com o ato de submissão de qualquer material à Revista Non Plus, a plena concordância com estes termos e com as Normas para elaboração e submissão de trabalhos. O não cumprimento desses itens ou o não enquadramento às normas editoriais resultará na recusa do material.

Como Citar

Barbosa, S., & Ribeiro, R. C. C. (2017). Élémir Bourges e o cânone decadentista e simbolista na literatura francesa. Non Plus, 5(10), 100-114. https://doi.org/10.11606/issn.2316-3976.v5i10p100-114