A cosmopoética da água em El Botón de Nácar: o som ambiente na mise en scène de Patricio Guzmán

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2238-7714.no.2023.217127

Palavras-chave:

Documentário, Cosmopoética, Desenho sonoro, Encenação

Resumo

Este artigo almeja contribuir para os estudos do som no cinema latino-americano contemporâneo, analisando o documentário El botón de nácar (2015), de Patricio Guzmán. Compreendendo o cinema como um “aparelho cosmopoético”, interessa-nos saber como os sons são encenados com as imagens de modo a “escovar a história a contrapelo”. Nossa hipótese é que, com a ajuda do desenho de som, Guzmán encena os sons em relações dialéticas com as imagens, de modo a tecer relações entre a geografia insular do país, a cosmologia universal e a cosmologia indígena, profundamente vinculadas com as águas. O resultado do estudo confirma a relevância dos “sons fundamentais e arquetípicos” das águas do Chile na mise en scène do documentário, que figuram na obra enquanto elementos constituintes de metáforas audiovisuais de violência e morte, bem como de memória e resistência às violências que marcaram a história do Chile.

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Biografia do Autor

  • Raquel Salama Martins, Universidade Federal da Bahia

    Doutoranda pelo Programa de Pós- Graduação em Comunicação e Cultura Contemporâneas, da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Membro do Laboratório de Análise Fílmica da UFBA.

  • José Francisco Serafim, Universidade Federal da Bahia

    José Francisco Serafim Doutor em Antropologia Fílmica pela Université Paris OuestNanterre (França), professor da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Pesquisador do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura Contemporâneas da UFBA.

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Publicado

2023-11-23

Edição

Seção

DOSSIÊ

Dados de financiamento

Como Citar

A cosmopoética da água em El Botón de Nácar: o som ambiente na mise en scène de Patricio Guzmán. (2023). Novos Olhares, 12(2), 38-50. https://doi.org/10.11606/issn.2238-7714.no.2023.217127