Dois irmãos em três tempos: mito, história e circum-inscrição

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DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2525-8133.opiniaes.2023.207121

Palavras-chave:

Dois irmãos, Mito e História, Circum-inscrição, Perlaboração, Tempo e memória

Resumo

O que marca nosso tempo de ser senão o modo como somos no tempo em que estamos dados, nele experienciando outros tempos que com o nosso confluem ao se disfluírem? Isso, esse modo de temporalidade, embora em forma de questionamento, é o que acontece com o narrador de Dois irmãos, de Milton Hatoum (2006). Nael se encontra e se defronta a todo instante com um tempo (existencial e histórico) que, não sendo dele, a ele se dá e o garante maneira de vir a ser. Neste sentido, o presente trabalho tem por objetivo refletir sobre três formas de tempo no romance Dois irmãos, focando no narrador e sua relação com as e na relação entre as personagens Yaqub e Omar, Halim e Domingas. Faremos essa reflexão a partir de um diálogo com Castilo (2021) e seu conceito de perlaboração, e com Benedito Nunes (2009, 2013b) e sua discussão a respeito do mito no romance hatouniano, visando aliar tempo e memória, alçando, assim, a possibilidade de pensarmos a relação entre os três tempos: mito, histórico e de circum-inscrição. Serão os dois primeiros tempos que produzem e abrem caminho ao terceiro, pelo qual Nael circula e adentra o círculo da história acontecida.

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Biografia do Autor

  • Adonai da Silva de Medeiros, Universidade do Estado do Pará

    Possui graduação em Letras - Língua portuguesa pela Universidade do Estado do Pará (UEPA), atuando como monitor nas disciplinas de Estudos literárias em dois editais. Atualmente é mestrando em Letras/ Estudos literários pelo Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal do Pará (PPGL/UFPA), com bolsa CAPES. 

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Publicado

2023-06-30

Dados de financiamento

Como Citar

Dois irmãos em três tempos: mito, história e circum-inscrição. (2023). Opiniães, 22, 318-335. https://doi.org/10.11606/issn.2525-8133.opiniaes.2023.207121