Transferência e a clínica psicanalítica das psicoses
DOI:
https://doi.org/10.1590/0103-6564e190030Palavras-chave:
psicanálise, psicose, transferênciaResumo
Desde o início do desenvolvimento de sua teoria, Freud observara que os psicóticos não respondiam ao tratamento psicanalítico, levando à ideia de que à psicose corresponderia um mecanismo de constituição diferente. Aos poucos, a transferência passou a ser alvo da investigação que conduzisse à descoberta de um modo a lidar com a psicose. Mas as descobertas freudianas foram insuficientes para se estabelecer um laço transferencial satisfatório para os psicóticos. Com Jacques Lacan, alguns conceitos freudianos sofreram modificação, com a criação de operadores próprios, surgindo a erotomania, consequência estrutural e lógica do vínculo entre analista e psicótico. Sendo assim, este artigo busca demonstrar uma clínica possível, sob a perspectiva psicanalítica, para o tratamento da psicose, a partir do estabelecimento do laço transferencial, por meio do manejo apropriado do gozo, que promova estabilização e consiga mitigar o sofrimento, como saída possível para o problema da indicação do tratamento psicanalítico aos psicóticos.
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