Políticas afetivo-sexuais na cisheteronormatividade: resistências e estratégias de bem viver de uma mulher transexual

Autores

DOI:

https://doi.org/10.1590/0103-6564e230015

Palavras-chave:

transexualidade, sexualidade, gênero, transfeminismo, estudos queer

Resumo

A partir de contribuições do transfeminismo e dos estudos queer, buscamos refletir sobre as experiências afetivo-sexuais de uma mulher trans, branca e heterossexual, destacando práticas e desejos sexuais, relacionamentos amorosos, casamentos e busca por parceiros em aplicativos de relacionamento. Observamos que as relações afetivo-sexuais são atravessadas por uma tensa negociação entre ser e parecer perante as políticas cisheteronormativas, de maneira que os mecanismos de poder tanto se espacializam como são deslocados nessa dimensão da vida. Ao longo de sua trajetória, a participante desenvolveu suas estratégias performativas e práticas de resistência com vistas a alcançar a vivência plena de sua existência, incluindo as dimensões da sexualidade e dos relacionamentos no campo afetivo-sexual.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

Akotirene, C. (2020). Interseccionalidade. São Paulo, SP: Sueli Carneiro; Pólen.

Alexandre, V., & Santos, M. A. (2021). Conjugalidade cis-trans: reinventando laços, desestabilizando certezas. Psicologia: Ciência e Profissão, 41, e224044. https://doi.org/10.1590/1982-3703003224044

Almeida, G. (2012). ‘Homens trans’: novos matizes na aquarela das masculinidades? Revista Estudos Feministas, 20(2), 513-523. https://doi.org/10.1590/S0104-026X2012000200012

Almeida, R. G., & Santos, M. A. (2021). Transmasculinidade e teoria queer: a experiência corporal da infância à vida adulta. Psicologia & Sociedade, 33, e240127. https://doi.org/10.1590/1807-0310/2021v33240127

Araújo, M. C. (2015, 17 de outubro). Por que os homens não estão amando as mulheres trans? Blogueiras Negras. (Trabalho originalmente publicado no blog Transfeminismo). Recuperado de https://blogueirasnegras.org/por-que-os-homens-nao-estao-amando-as-mulheres-trans-2

Bagagli, B. P. (2017). A orientação sexual na identidade de gênero a partir da crítica da heterossexualidade e da cisgeneridade. Letras Escreve, 7(1), 137-164. Recuperado de https://www.researchgate.net/publication/317678698_ORIENTACAO_SEXUAL_NA_IDENTIDADE_DE_GENERO_A_PARTIR_DA_CRITICA_DA_HETEROSSEXUALIDADE_E_CISGENERIDADE_COMO_NORMAS

Bagagli, B. P. (2018). “Cisgênero” nos discursos feministas: uma palavra “tão defendida; tão atacada; tão pouco entendida”. Campinas, SP: Unicamp/IEL/Setor de Publicações.

Bento, B. (2009). A diferença que faz a diferença: corpo e subjetividade na transexualidade. Bagoas - estudos gays: gêneros e sexualidades, 3(4), 95-112. Recuperado de https://periodicos.ufrn.br/bagoas/article/view/2298

Butler, J. (2000). Corpos que pesam: sobre os limites discursivos do “sexo”. In G. L. Louro (Org.), O corpo educado: pedagogias da sexualidade (pp. 151-165). Belo Horizonte, MG: Autêntica.

Butler, J. (2003). Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Rio de Janeiro, RJ: Civilização Brasileira.

Demetri, F. D., & Toneli, M. J. F. (2017). Performatividade contra a precariedade: modulações do sujeito político na obra de Judith Butler. Revista Psicologia Política, 17(39), 318-326. Recuperado de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1519-549X2017000200010&lng=pt&tlng=pt

Fuchs, J. J., Hining, A. P. S., & Toneli, M. J. F. (2021). Psicologia e cisnormatividade. Psicologia & Sociedade, 33, e220944. https://doi.org/10.1590/1807-0310/2021v33220944

Jesus, J. G. (2012). Orientações sobre identidade de gênero: conceitos e termos (2a ed.). Goiânia, GO: Ser-Tão.

Jesus, J. G. (2013). Transfobia e crimes de ódio: assassinatos de pessoas transgênero como genocídio. História Agora, 16(2), 101-123. Recuperado de https://www.researchgate.net/publication/281321251_Transfobia_e_crimes_de_odio_Assassinatos_de_pessoas_transgenero_como_genocidio

Jesus, J. G. (2014). Gênero sem essencialismo: feminismo transgênero como crítica do sexo. Universitas Humanística, (78), 241-257. Recuperado de http://www.scielo.org.co/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0120-48072014000200011&lng=en&tlng=pt

Lomando, E. M. (2014). Processos, desafios, tensões, e criatividade nas conjugalidades de homens e mulheres transexuais (Tese de doutorado, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre). Recuperado de https://lume.ufrgs.br/handle/10183/101427

Louro, G. L. (2001). Teoria queer: uma política pós-identitária para a educação. Revista Estudos Feministas, 9(2), 541-553. https://doi.org/10.1590/S0104-026X2001000200012

Louro, G. L. (2012). Os estudos queer e a educação no Brasil: articulações, tensões, resistências. Contemporânea: Revista de Sociologia da UFSCar, 2(2), 363-369. Recuperado de https://www.contemporanea.ufscar.br/index.php/contemporanea/article/view/87

Mattos, A. R., & Cidade, M. L. R. (2016). Para pensar a cisheteronormatividade na Psicologia: lições tomadas do transfeminismo. Periódicus, 1(5), 132-153. https://doi.org/10.9771/peri.v1i5.17181

Miskolci, R. (2017). Desejos digitais: uma análise sociológica da busca por parceiros on-line. Belo Horizonte, MG: Autêntica.

Podestá, L. L. (2019). Ensaio sobre o conceito de transfobia. Periódicus, 1(11), 363-380. https://doi.org/10.9771/peri.v1i11.27873

Porchat, P. (2010). Intervenções no corpo como marcadores de gênero no fenômeno transexual. A Peste, 2(2), 413-421. Recuperado de https://revistas.pucsp.br/index.php/apeste/article/view/16639/12491

Rich, A. (2012). Heterossexualidade compulsória e existência lésbica. Bagoas - Estudos gays: gêneros e sexualidades, 4(5), 17-44. Recuperado de https://periodicos.ufrn.br/bagoas/article/view/2309

Rodovalho, A. M. (2017). O cis pelo trans. Revista Estudos Feministas, 25(1), 365-373. https://doi.org/10.1590/1806-9584.2017v25n1p365

Sant’Anna, Y. (2017, 24 de agosto). Cisgeneridade e identidade. Blog Transfeminismo. Recuperado de https://transfeminismo.com/cisgeneridade-e-identidade/

Santos, M. A., Oliveira, W. A., & Oliveira-Cardoso, E. A. (2020). Inconfidências de abril: impacto do isolamento social na comunidade trans em tempos de pandemia de COVID-19. Psicologia & Sociedade, 32, e020018. https://doi.org/10.1590/1807-0310/2020v32240339

Simakawa, V. V. (2015). Por inflexões decoloniais de corpos e identidades de gênero inconformes: uma análise autoetnográfica da cisgeneridade como normatividade (Dissertação de mestrado, Universidade Federal da Bahia, Salvador). Recuperado de https://repositorio.ufba.br/handle/ri/19685

Tannehill, B. (2014, 17 de janeiro). Dois pesos e duas medidas são fatais para transgêneros. Blogueiras Feministas. Recuperado de https://blogueirasfeministas.com/2014/01/17/dois-pesos-e-duas-medidas-sao-fatais-para-transgeneros/

Downloads

Publicado

2024-09-04

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Políticas afetivo-sexuais na cisheteronormatividade: resistências e estratégias de bem viver de uma mulher transexual. (2024). Psicologia USP, 35. https://doi.org/10.1590/0103-6564e230015